Gol e TAM retomam os voos cancelados
Nuvem de cinzas de vulcão diminui e empresas voltam a operar na Argentina e no Uruguai .
Após uma semana de transtornos causados pela nuvem de cinzas expelida pelo vulcão chileno Puyehue, as companhias TAM e Gol voltaram a operar os voos para Montevidéu e Buenos Aires, na tarde de ontem. Em seu site na internet, a Gol informa que a densidade da nuvem no trecho aéreo é 100 vezes menor que o limite internacionalmente aceito. A empresa começou a comunicar os clientes cujos voos sofreram alterações. Os contatos ocorrem por meio de telefone, mensagem de texto SMS e e-mail.
De acordo com a companhia, as reacomodações serão providenciadas sem a cobrança das taxas previstas. Os clientes que desejarem cancelar o bilhete receberão o reembolso completo. A TAM também anunciou a retomada das operações para o Uruguai e a Argetina às 17h de ontem. Até o fechamento desta edição, oito voos tinham sido confirmados pela companhia.
A Empresa Brasileira da Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) revelou que 33 voos internacionais chegaram a ser suspensos ontem em Guarulhos, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre e Campinas.
A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou comunicado segundo o qual a nuvem de cinzas vulcânicas deixou a região de Porto Alegre e, por volta das 19h30 de ontem, se concentrava em Caixas do Sul e Santa Maria (RS), além de Florianópolis (SC). Segundo a FAB, o instituto argentino Volcanic Ash Advisory Centres (VAAC), responsável por monitorar as cinzas no Cone Sul, anunciou que a nuvem está mais baixa, a 1.100m, e que a emissão de fumaça tem diminuído significativamente — com a tendência de dissipação sobre o oceano.
Apesar da nuvem que chegou ao Sul, os aeroportos brasileiros mantiveram suas atividades normais para pousos e decolagens, segundo a Infraero. Ante a imprevisibilidade do fenômeno vulcânico, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mantém a orientação de que os passageiros com viagem marcada para as cidades afetadas pelas cinzas entrem em contato com as companhias Aéreas antes de se dirigirem ao aeroporto.
Oceania e América
O fenômeno colocou em alerta ontem, pelo segundo dia consecutivo, a aviação no Uruguai, no Chile, na Austrália, na Nova Zelândia e no Brasil. No Uruguai, o tráfego aéreo voltou a funcionar em alguns trechos na tarde de ontem, após ter suas atividades suspensas desde a noite de domingo . Na região de Bariloche, no Chile, e de Villa La Angostura, na Patagônia Argentina, houve prejuízos importantes ao turismo, já que as nuvens de cinza coincidiram com a proximidade da abertura da temporada de esqui, no fim do mês. Na Austrália, milhares de passageiros enfrentaram atrasos nos voos.
Enrique Valdivieso, o engenheiro chileno que comanda o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin), adverte que o Puyehue pode permanecer em atividade por mais uma semana. Situado no sul do Chile, o vulcão entrou em erupção no dia 4 e, desde então, enfrenta a maior atividade em 51 anos.
Ban Ki-moon troca avião pelo barco
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, partiu ontem para o Uruguai a bordo de um barco devido à suspensão dos voos em consequência da nuvem de cinzas vulcânicas que afeta a região, informou um porta-voz do organismo à agência France-Presse. O líder das Nações Unidas recebeu na Argentina o apoio do governo de Cristina Kirchner para sua reeleição em dezembro para um novo mandato de cinco anos. O assunto faz parte de sua agenda na viagem à América do Sul. Na sexta-feira, Ki-moon desembarca em Brasília.
Fonte: / NOTIMP
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Cinzas de vulcão seguem perdendo intensidade no Brasil, diz FAB
A intensidade das cinzas do vulcão chileno Puyehue diminuiu “sensivelmente” sobre o território brasileiro, segundo comunicado divulgado na noite desta terça-feira pela FAB (Força Aérea Brasileira), com base no boletim do Volcanic Ash Advisory Centre, da Argentina (VAAC).“A nuvem de cinza vulcânica (...) agora está restrita a uma estreita faixa que se estende desde a capital argentina até Florianópolis (SC), passando pelas cidades gaúchas de Santa Maria, Bagé e Porto Alegre”, diz o comunicado.
No final da tarde de terça, empresas aéreas brasileiras já haviam anunciado a retomada de seus voos regionais.
A TAM informou que a partir das 17h começou a retomar suas operações para Buenos Aires e Montevidéu.
E a Gol também voltou a operar nas capitais argentina e uruguaia, além de em Rosário (Argentina). A empresa afirmou, em seu blog, que estudos de uma consultoria meteorológica identificaram que "a densidade da nuvem nas áreas a serem sobrevoadas, hoje (terça), é cem vezes menor que o limite internacionalmente aceito para que se realizem operações aéreas". Por isso, a Gol disse ter condições para retomar "decolagens seguras".
A FAB também citou em seu comunicado um dado do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), afirmando que a concentração de cinzas está a menos de 800 metros do solo, “abaixo da altitude utilizada pelas aeronaves comerciais”.
O comunicado destaca que a situação está sujeita a alterações provocadas pelas condições meteorológicas e pelas erupções do Puyehue.
Na Argentina, porém, a situação nos aeroportos continuava complicada.
Até por volta das 21h de terça, o jornal La Nación informava que os voos das companhias aéreas Aerolíneas e LAN continuavam suspensos no Aeroparque, localizado dentro de Buenos Aires. A LAN também havia cancelados voos no aeroporto internacional de Ezeiza.
No final da tarde, a agência estatal de aviação civil do país informou que “as cinzas ainda mantêm um efeito residual sobre o Aeroparque”.
A orientação é que os passageiros se informem sobre os voos antes de se dirigir aos aeroportos.
Em Montevidéu, o jornal El País relatou nesta terça que o aeroporto internacional da cidade estava retomando suas operações.
Ban Ki-moon
Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, teve de fazer uma viagem de nove horas em ônibus comercial entre as cidades argentinas de Córdoba e Buenos Aires, depois que seu voo foi desviado por causa das cinzas do vulcão chileno.
O avião de Ban decolou de Bogotá, na Colômbia, com destino à capital argentina, mas teve de ser desviado para Córdoba depois que a nuvem vulcânica fechou o aeroporto de Buenos Aires.
De Córdoba, a 700 quilômetros da capital, ele e sua comitiva embarcaram em um ônibus comercial para uma viagem de nove horas, segundo confirmou um assessor da ONU à BBC Brasil.
Mais tarde, ao ser recepcionado pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ele ouviu pedidos de desculpas pelo transtorno aéreo provocado pelos resíduos vulcânicos.
“São questões do clima, impossíveis de controlar. E contra essa questão não podemos (agir) nem mesmo com um decreto”, disse a presidente. Ban afirmou que foi uma experiência “singular”, da qual ele não se arrependeu.
Fonte: / NOTIMP