Especial: Cinzas de vulcão afetam hoje tráfego aéreo no Sul
Ao menos 6 empresas aéreas suspenderam a partir da noite pousos e decolagens em Porto Alegre, até esta manhã .
Ricardo Gallo / Lucas Ferraz .
De São Paulo / De Buenos Aires .
O avanço das cinzas do vulcão Puyehue, em erupção no Chile, ameaça o tráfego aéreo no Sul do Brasil hoje. Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pelo menos, terão a operação comprometida.
Ao menos seis companhias aéreas (TAM, Gol, Azul, Webjet, Avianca e NHT) suspenderam a partir do início da noite as partidas e chegadas ao aeroporto de Porto Alegre, até as 10h de hoje, segundo a Defesa Civil, quando avaliarão a situação.
Ontem, o aeroporto estava deserto no período noturno. As operações em Caxias do Sul também serão afetadas.
As cinzas vulcânicas chegaram ao RS no final da tarde de ontem. O aeroporto de Bagé foi fechado. A previsão da Aeronáutica era que atingissem Porto Alegre ainda durante a noite.
A Gol estendeu a suspensão de voos a Florianópolis, Navegantes e Chapecó, em Santa Catarina, a partir das 4h40 de hoje. Voos a partir desses destinos rumo a São Paulo e Curitiba foram antecipados emergencialmente para a madrugada de hoje.
A companhia diz que se baseou em "prognósticos que apontam o avanço das cinzas (...) sobre o espaço aéreo brasileiro". Mantida a previsão, a Avianca suspenderia a operação para o Sul.
Uma sala de crise foi montada no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, no Rio de Janeiro, para monitorar a situação. O órgão é ligado à Aeronáutica.
Aviões não podem voar nas nuvens vulcânicas sob risco de pane nas turbinas.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) recomenda aos passageiros procurarem a companhia aérea antes de ir hoje para o aeroporto.
Segundo as empresas aéreas, os bilhetes alterados serão remarcados sem custos. Quem quiser poderá requerer o valor da passagem de volta.
BUENOS AIRES
O espaço aéreo da Argentina deve permanecer fechado hoje pela manhã e à tarde. A metereologia prevê melhoras a partir da noite. Ontem, cerca de 300 voos foram cancelados no aeroporto de Ezeiza e no Aeroparque.
Houve reflexos em São Paulo. O aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, teve 17 partidas suspensas, com destino a Buenos Aires, Montevidéu, Punta del Este e Bogotá; o mesmo ocorreu com oito chegadas. No país, foram 55 cancelamentos internacionais.
Muitos passageiros foram surpreendidos com os cancelamentos ao chegar ao aeroporto. As companhias aéreas afirmaram que não houve tempo hábil para informar a maioria dos passageiros.
Clientes que compraram pacotes para as localidades afetadas têm direito a reembolso integral, segundo entidades de defesa do consumidor. Procurada, a Abav (associação dos agentes de viagem) não respondeu.
Fonte: / NOTIMP
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Cinzas atingem o Sul do Brasil
As cinzas do vulcão chileno Puyehue, em erupção desde o último sábado, voltaram a provocar transtornos ontem em todo o Cone Sul e chegaram ao Brasil. Às 20h30, um comunicado da Força Aérea Brasileira (FAB) dava conta de que a nuvem de cinza vulcânica forçou o fechamento do Aeroporto de Bagé e levou à expedição de aviso de restrição aos pilotos (Notam). A medida tem por finalidade divulgar antecipadamente a informação aeronáutica de interesse direto e imediato para a segurança aérea.
Segundo a FAB, a camada de nuvem está a 1,5 mil metros do solo e atinge o teto de 7,5 mil metros. As previsões indicavam que as cinzas poderiam atingir Porto Alegre no fim da noite de ontem, caso as condições meteorológicas fossem mantidas. A evolução do fenômeno é acompanhada pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), a partir de informações recebidas do Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina (VAAC) — o instituto responsável pelo monitoramento da situação na região. O CGNA tem coordenado o tráfego aéreo, de modo que os aviões evitem voar pelas áreas afetadas.
Em Buenos Aires, os 300 voos — domésticos e internacionais dos aeroportos Ezeiza e Aeroparque — tiveram que ser cancelados. A nuvem vulcânica também atingiu o Uruguai e provocou a suspensão da maioria dos voos do aeroporto internacional de Montevidéu. Antes mesmo da chegada da nuvem de cinzas ao Brasil, os passageiros brasileiros já tinham sido atingidos pelo novo caos aéreo: pelo menos 20 voos que tinham Buenos Aires como procedência ou destino não decolaram. Voos entre cidades brasileiras e Montevidéu, Punta del Este, Santiago e Assunção também foram prejudicados.
À noite, a Gol divulgou nota informando o cancelamento de todos os voos da empresa para o Rio Grande do Sul em razão da nuvem de cinzas. Entre 21h de ontem e 10h de hoje, a TAM também suspendeu os voos com origem e destino em Porto Alegre. As viagens para os aeroportos de Buenos Aires e Montevidéu também estão canceladas até meio-dia de hoje. Em seu site, a companhia disponibilizou números de telefone para que os clientes se informem sobre a situação, sujeita a rápidas mudanças.
Uma reunião de ministros de Economia da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) marcada para hoje, na capital argentina, foi adiada por tempo indeterminado, em decorrência do cancelamento dos voos. Ainda de manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que não viajaria mais. O presidente uruguaio, José Mujica, também cancelou a viagem a Buenos Aires.
Buenos Aires
De acordo com uma fonte da empresa Aeropuertos 2000, que opera os dois terminais de Buenos Aires — os mais movimentados do país —, uma nuvem de cinzas pairava ontem no céu da capital argentina. "A nuvem está a 9 mil metros de altura e os aviões voam a uma altura média de 10 mil metros", disse. Nas ruas da capital argentina era possível observar partículas de cinzas sobre os automóveis estacionados. As cidades turísticas de Bariloche e de Villa Angostura — que fica a 40km do vulcão chileno — são as mais afetadas. Os aeroportos da Patagônia estão fechados desde que o vulcão Puyehue entrou em atividade.
No Chile, especialistas avaliaram ontem que a erupção do vulcão mostrava uma tendência à estabilidade. O último relatório do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sergageomin) advertia, de qualquer forma, que "o processo eruptivo continua e é possível que volte a apresentar um aumento com episódios similares aos já ocorridos ou superiores em intensidade".
Fonte: / NOTIMP
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Cinzas de vulcão chileno cancelam voos no RS e em SC
Aeroportos de Buenos Aires e Montevidéu ficaram fechados, atrapalhando 162 viagens internacionais
Ariel Palacios
O Estado de S.Paulo
As cinzas do vulcão chileno Puyehue voltaram a provocar o fechamento dos aeroportos da capital argentina. "A nuvem de cinzas está pregada sobre Buenos Aires", argumentou o secretário de Transportes da Argentina, Juan Pablo Schiavi. Somente ontem, mais de 300 voos foram cancelados. Os reflexos foram sentidos nos aeroportos brasileiros - até as 19 horas, 34% das 162 viagens internacionais haviam sido canceladas no País.
A nuvem de cinza vulcânica também retomou espaço no Rio Grande do Sul, levando as empresas de transporte aéreo a suspenderem operações previstas para a noite no Aeroporto Salgado Filho. Porto Alegre teve 62,5% de cancelamentos, enquanto em São Paulo o índice foi de 34,2%.
A empresa aérea Gol informou ainda, na noite de ontem, que para preservar a segurança dos passageiros também suspenderia as operações nos Aeroportos de Florianópolis, Chapecó e Navegantes, em Santa Catarina, a partir das 4h de hoje. Segundo a Infraero, a maior parte dos voos suspensos tinha a cidade de Buenos Aires como origem ou destino.
A nuvem de cinzas provocou o cancelamento da reunião de cúpula de ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais dos países da União de Nações Sul-americanas (Unasul). O ministro argentino, Amado Boudou, pretendia receber seus colegas com um jantar no Palácio San Martín. Um dos participantes era o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.
Além da suspensão dos voos, os portenhos e os habitantes dos municípios da Grande Buenos Aires puderam perceber que a cidade estava sendo prejudicada pelas cinzas do Puyehue quando viram que os carros estacionados nas ruas da capital do país estavam cobertos por uma fina camada cinzenta.
No Sul da Argentina, a situação tendia a perdurar. "Não está prevista a reabertura dos aeroportos até que não tenhamos as garantias de condições de segurança necessárias para operar", disse Juan Pablo Schiavi.
Retorno. Centenas de turistas e empresários brasileiros permaneciam em seus hotéis em Buenos Aires esperando um aviso das companhias sobre nova data para o retorno ao Brasil. Esse era o caso de Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, que ontem à tarde não sabia como partiria hoje de Buenos Aires, onde estava para apresentar uma joint venture com uma empresa local. "Vou para Assunção, para reunir-me com minha família, que está me esperando lá", disse. Caso não pudesse decolar no voo previsto para esta manhã, estava determinado a ir de automóvel até a capital paraguaia.
Fonte: / NOTIMP
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Nuvens de vulcão cobrem 70% do RS e devem chegar a SC
Companhias aéreas suspenderam voos em todos os aeroportos da região Sul
A FAB (Força Aérea Brasileira) publicou na madrugada desta sexta-feira que as cinzas expelidas pelo vulcão Puyehue, no Chile, já cobrem 70% do território do Rio Grande do Sul. Ainda segundo a FAB, as nuvens deverão avançar nesta sexta-feira para o estado de Santa Catarina.
O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), que monitora a situação das nuvens, informou que a fumaça está estacionada a uma altura de 7 mil metros de altura - a maior parte dos voos comerciais atinge a chamada navegação de cruzeiro a 10 mil metros. O CGNA, em parceira com a argentina Volcanic Ash Advisory Centres, deverá informar às companhias aéreas alternativas de voo e desvios de rotas.
Na quinta-feira, algumas companhias aéreas que operam no Brasil anunciaram a suspensão de partidas e chegadas de aeroportos da região Sul brasileira e os provenientes da Argentina até o final da manhã, quando será avaliada a possibilidade de as viagens serem retomadas.
Por meio de nota publicada em seu site, a GOL informou a suspensão das atividades nos aeroportos de Florianópolis, Chapecó e Navegantes, em Santa Catarina, a partir de 4h da madrugada de sexta. Durante a tarde, a empresa já havia cancelado os voos de e para Porto Alegre e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, além de Buenos Aires, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai.
A TAM também cancelou todos os voos com origem ou destino em Porto Alegre de 21h desta quinta até as 10h de sexta. Até o meio-dia, as partidas para a Argentina e o Uruguai continuam suspensas. Ambas as companhias solicitam que os passageiros entrem em contato com as centrais de atendimento para confirmar os voos marcados para outros horários.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), também vinculado à FAB, alerta que as nuvens vulcânicas contêm um componente semelhante ao vidro e que, em contato com as turbinas dos aviões, pode derreter e provocar danos, como o apagamento dos motores das aeronaves. As cinzas podem ainda tirar a visibilidade dos pilotos e prejudicar a respiração de passageiros e da tripulação com gases tóxicos.
Fonte: / NOTIMP
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Cinzas do vulcão voltam a atrapalhar TAM e GOL
Eduardo Laguna e Karen Camacho
De São Paulo
As cinzas expelidas, desde sábado, pelo vulcão Puyehue, no Chile, voltaram ontem a atrapalhar os voos do Brasil para alguns países da América do Sul e também levaram ao cancelamento de voos no Rio Grande do Sul. Anteontem, as cinzas tinham se dispersado e algumas rotas foram retomadas.
Ontem, as operações nos aeroportos de Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai) foram suspensas e, por isso, os voos da TAM para esses destinos foram cancelados. A GOL cancelou as operações de ontem com origem e destino nos aeroportos internacionais Ministro Pistarini e Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires e também na cidade de Montevidéu. A chilena LAN cancelou dois voos que partiriam de São Paulo em direção aos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, em Buenos Aires.
À noite, a Gol também suspendeu as operações nos aeroportos de Porto Alegre e Caxias do Sul (RS), além de Florianópolis, Chapecó e Navegantes (SC). A companhia tomou a decisão após prognósticos que apontavam um avanço das cinzas sobre o espaço aéreo brasileiro.
A TAM informou que suas operações nesses aeroportos seriam suspensas das 21h de ontem até as 10h de hoje. A nuvem de cinzas voltou ao sul do Brasil na tarde de ontem, conforme relatório do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA). A camada de nuvem alcançou o espaço aéreo de Bagé, no sul gaúcho, a uma altitude de 7,5 quilômetros.
"A Gol orienta clientes que viajariam hoje às cidades mencionadas a permanecer em seus destinos de origem e contatar a companhia", disse a empresa.
A TAM afirmou que, "como as condições meteorológicas e a atividade do vulcão estão mudando constantemente, a TAM continua analisando as informações disponíveis sobre a densidade e o deslocamento da nuvem de cinzas e continuará avaliando a situação para retomar as operações normais o mais rapidamente possível".
Os passageiros prejudicados estão sendo acomodados pelas companhias e seguirão viagem quando os aeroportos forem liberados.
Fonte: / NOTIMP
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Efeito do vulcão
Nuvem de cinzas obriga companhias aéreas a cancelarem voos e coloca o Estado sob apagão aéreo
Fuligem expelida por vulcão chileno atingiu o espaço aéreo gaúcho e provocou o cancelamento de todos os voos no aeroporto Salgado Filho, transtornando a rotina de milhares de passageiros.
As cinzas do vulcão Puyehue, em erupção desde sábado, viajaram 2,6 mil quilômetros a partir do Chile e tumultuaram o espaço aéreo no Rio Grande do Sul.
O vento que passou a soprar no sentido nordeste desde o sul chileno carregou para o Estado a nuvem de fuligem, trazendo risco à navegação e fazendo com que todas as companhias aéreas parassem de operar no Salgado Filho, na Capital.
Foi um dia de caos aéreo gaúcho, que pode prosseguir por hoje e sem data certa para se encerrar. Pelo menos 85 chegadas e partidas entre o final da tarde de ontem e a manhã de hoje foram suspensas, fazendo com que milhares de usuários dos serviços aéreos experimentassem a mesma sensação de impotência sentida pelos europeus em maio do ano passado, quando a erupção de um vulcão islandês paralisou diversos aeroportos do continente.
Apesar da possibilidade de alterações do quadro meteorológico e de mudanças na densidade e na direção do deslocamento das nuvens, os prognósticos para hoje não são animadores. Segundo o físico Saulo Freitas, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), as imagens de satélite e o acompanhamento da situação da atmosfera indicam que as cinzas seguirão no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira.
– Para amanhã (hoje), os ventos devem continuar soprando na direção nordeste, do vulcão para o Rio Grande do Sul, levando mais plumas de cinzas para o Estado – diz Freitas, que acrescenta ainda ser difícil prever com segurança qual será o cenário para o fim de semana.
Operação suspensa também em SC
Assim, quem precisa partir de avião do Estado, como a delegação do Grêmio que joga amanhã em São Paulo, amanhece pelo menos hoje com o destino ao sabor do vento. Ou quem quer desembarcar em Porto Alegre, como o Palmeiras, que enfrenta o Inter, domingo, no Beira-Rio.
A alternativa rodoviária até Santa Catarina deixou de ser opção. Devido à possibilidade de deslocamento das cinzas pelo Estado vizinho, a Gol anunciou a suspensão das operações também em Florianópolis, Navegantes e Chapecó.
A quinta-feira de cinzas, entretanto, começou mais cedo no Uruguai e na Argentina. Com a nuvem sobre os dois países, os aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, em Buenos Aires, e Carrasco, no Uruguai, permaneceram todo o dia fechados. Apenas em Buenos Aires foram mais de 300 voos cancelados. Nas duas capitais também foi registrada precipitação da fuligem. Com isso, foi paralisada a ligação aérea entre o Brasil e os dois países vizinhos.
O coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCRS e especialista em tecnologia eletrônica embarcada em aeronaves Hildebrando Hoffman explica que as cinzas, por serem material sólido, podem fazer as turbinas dos aviões pararem e danificar os sensores dos aviões.
– Isso pode levar a uma leitura de velocidade errada – exemplifica Hoffman, referindo-se aos riscos de voar em meio a cinzas vulcânicas.
Com a previsão da Força Aérea Brasileira (FAB) de que as cinzas chegariam no final da noite de ontem a Porto Alegre, a partir da metade da tarde as companhias aéreas começaram a confirmar o cancelamento das operações no Salgado Filho. A primeira a tomar a decisão foi a Gol, que “para preservar a segurança de seus clientes e colaboradores” decidiu interromper pousos e decolagens a partir das 18h30min e em Caxias do Sul, após às 19h. A medida ocorreu pouco depois de a FAB ter detectado cinzas em Bagé, a 7,5 mil metros. O mesmo fez em seguida a TAM, que paralisou as operações a partir das 21h, até pelo menos às 10h de hoje. Uma a uma, as demais empresas foram tomando a mesma decisão, fazendo com que o silêncio substituísse o tradicional burburinho no saguão.
Fonte: / NOTIMP