Especial: A Embraer está em festa; Empresa anuncia vendas de US$ 1,7 bilhão
A Embraer está em festa .
A direção comercial da empresa fechou encomendas de 39 aviões ontem, assim que foi aberta a feira aeronáutica Paris Air Show. Os valores devem passar de US$ 1,8 bilhão.
Comemorou também mais 22 opções de compra de seus jatos, dando à ex-estatal uma estada em Paris digna de bilionários.
Sua carteira de pedido, só em um dia, arrecadaria cerca de US$ 3 bilhões.
A maior compra foi feita pela operadora aérea Sriwijaya Air, da Indonésia: 20 Embraer 190, de 100 lugares, e reserva de aquisição para mais 10 unidades.
Fonte: / NOTIMP
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A Embraer anunciou cinco contratos para venda de 39 aviões avaliados em US$ 1,7 bilhão na abertura da Paris Air Show, maior salão mundial de aeronáutica.
Com os acordos, a fabricante brasileira busca reassegurar que a demanda por seus E-Jets, capazes de transportar até 122 passageiros, tente dissipar temores de que estaria demorando a decidir sobre o desenvolvimento de novo avião comercial.
"Estamos sentindo o aumento da competição e não podemos ter ilusão de que vamos ficar de braços cruzados. A expectativa começa a aumentar. Continuo achando que até o fim do ano a gente já tenha direcionamento", disse o presidente da empresa, Frederico Curado.
No evento francês, houve também anúncio de opções de compra de outras 22 aeronaves, que podem levar o valor combinado dos novos negócios para US$ 2,6 bilhões.
Todas as vendas firmes (acordos fechados, que preveem punição financeira caso o comprador desista) e opções (funcionam como uma reserva) são do modelo Embraer-190, de cem passageiros e com preço de tabela de US$ 42,8 milhões cada um.
Hoje, a Embraer compete só com a russa Sukhoi e seu Superjet-100 no mercado de jatos de cem lugares. O avião tem certificado apenas para voar na Rússia.
Mas há outros competidores a caminho, produzidos por China e Japão, além do avião CSeries, da rival canadense Bombardier, de cerca de 130 passageiros.
A maior encomenda divulgada pela Embraer na Paris Air Show foi feita pela companhia aérea Sriwijaya Air, da Indonésia, com aquisição de 20 aviões e direitos de compra de dez unidades.
Outro pedido relevante é o da Kenya Airlines, com carta de intenção de compra firme de dez aviões e dez opções.
PREOCUPAÇÃO
A Embraer vê risco no cumprimento do contrato pela companhia aérea norte-americana JetBlue, segundo Curado disse à Reuters.
A JetBlue, que vem enfrentando dificuldades, foi a cliente lançadora do avião Embraer-190, de cem passageiros, com pedido firme de cem unidades e cem opções de compra, em contrato assinado em 2003 avaliado à época em até US$ 6 bilhões.
"Já deveriam ter sido entregues os cem [do pedido firme] há bastante tempo."Fonte: / NOTIMP
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Embraer vende 39 aviões em Paris
Companhia brasileira chega ao milésimo avião da família EMB vendido
Andrei Netto
A construtora aeronáutica brasileira Embraer anunciou ontem a assinatura de contratos de venda de 39 aviões da família ERJ/EMB, em uma encomenda avaliada em US$ 1,7 bilhão. Somam-se ao negócio outras 22 opções de compra, que podem elevar o valor total da transação a US$ 2,6 bilhão.
As cifras alçaram a fabricante de São José dos Campos ao primeiro destaque entre os construtores de aeronaves regionais no primeiro dia do 49º Salão Aeronáutico de Bourget (Paris Air show), superando as concorrentes Bombardier, Sukhoi e ATR.
Os aparelhos foram vendidos para as empresas como a SriJava, da Indonésia - o maior contrato, com 20 jatos - a Kenya Airways, do Quênia, Air Astana, do Casaquistão, GE Capital Aviation Services (Gecas) e Air Lease Corp., dos Estados Unidos. Os contratos de venda foram divulgados ontem, em Le Bourget, e representaram um marco para a companhia, quarta maior do mundo. Com o acordo, ela superou a barreira de mil aviões Emb-170/190 vendidos desde 2004. Há ainda 750 opções de compra em curso.
Os modelos E170, E175, E190 e E195, com capacidades que vão de 70 a 122 lugares, equipam 60 companhias aéreas em 40 países. "É uma grande conquista, principalmente se levarmos em consideração que a marca foi atingida apenas sete anos após a primeira entrega", comemorou Paulo César de Souza e Silva, vice-presidente executivo da Embraer para aviação comercial.
Apesar de sua discrição no Salão de Bourget - a Embraer não trouxe aviões para apresentações em Paris -, os anúncios de ontem destacaram a empresa brasileira na comparação com seus rivais diretos, como a canadense Bombardier, a russa Sukhoi e a franco-italiana ATR. Rival histórica da Embraer, a Bombardier anunciou a venda de apenas dez aviões CS100, além de seis outras opções, em um negócio avaliado em US$ 616 milhões. O nome do cliente não foi revelado.
Otimismo. Souza e Silva também disse esperar pela resposta da companhia aérea americana Delta Airlines, que a partir de outubro deve iniciar um processo de renovação da frota, em uma disputa aberta com Airbus, Boeing e Bombardier. "A nossa expectativa é que a Delta decida em outubro. Estão falando em 250 aviões, sendo 100 jatos regionais", afirmou. "Estamos bem na campanha com a Delta, que já voa com nossos aviões."
Apesar do otimismo, a Embraer enfrenta um revés com a companhia americana JetBlue, que em 2003 firmou contrato de US$ 6 bilhões para a aquisição de 100 aeronaves Emb-190, com opções de compra de outras 100. Por causa da crise na empresa, o contrato corre risco deve não ser honrado. Apenas 49 aviões foram entregues.
O sucesso da Embraer, que superou de longe o número de encomendas anunciadas pelos concorrentes diretos, não apagou a expectativa em torno de uma resposta da companhia brasileira sobre seus planos. No meio aeronáutico, há expectativa crescente sobre a decisão da Embraer de renovar sua família ou lançar-se em um novo projeto, de um avião de maior porte - 150 lugares - capaz de competir com certas linhas da Airbus e da Boeing.
Empresas clientes da Embraer, começam a analisar a possibilidade de adotar o A320NEO (New Engine Option), a versão com nova motorização do aparelho mais vendido da Airbus. Nos bastidores do Salão de Bourget, analistas se perguntam sobre os novos projetos da Embraer, que hesita entre a modernização da família EMB, mantendo-se no mercado de aeronaves com 70 a 122 lugares, e a criação de uma nova família, no segmento de 122 a 150 assentos.
Nesse mercado, a construtora franco-germânica Airbus já anunciou a modernização do modelo A320 com o uso de motores mais econômicos. Já a americana Boeing deve confirmar em breve o destino de seus aviões 737. Com base em uma nova configuração do mercado, a Embraer deve tomar sua decisão.
Em entrevista à agência Reuters no domingo, Frederico Curado, presidente da Embraer, reconheceu que a companhia precisa ajustar sua rota. "Estamos sentindo o aumento da competição e não podemos ter ilusão de que podemos ficar de braços cruzados, sem novos planos e está tudo bem", disse. "A expectativa começa a aumentar. Eu continuo achando que até o fim do ano já teremos um direcionamento bem claro."Fonte: / NOTIMP