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Embraer começa bem em Le Bourget



Verdadeiro "céu de brigadeiro" para a gigante Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), instalada em São José dos Campos (SJC), no interior paulista. Na maior feira do setor da Europa, a Le Bourget, em Paris, a empresa chamou a atenção por importantes negociações firmadas. A direção da companhia anunciou a venda de 39 aeronaves E-190 logo no primeiro dia do evento que seguirá até o dia 26, em sua 49ª edição. Os primeiros negócios com a fabricante nacional já colocaram em sua carteira de vendas firmes mais US$ 1,8 bilhão.

No entanto, a Embraer espera aumentar esse montante para a casa dos US$ 2,6 bilhões a US$ 3 bilhões para outras 22 opções de compra de jatos e serviços firmadas por outras operadoras aéreas. Entre os compradores, o mais vultoso foi fechado pela Sriwijaya Air, de Jacarta, Indonésia. A operadora firmou a compra de 20 aeronaves E-190, numa transação que vinha desde o início deste ano quando o mercado de aeronaves passou a reagir após a crise norte-americana. A venda dos 20 jatos comerciais E-190 foi de US$ 856 milhões.

O contrato assinado ainda prevê o direito de compra de outros dez aviões do mesmo modelo. A Sriwijaya usará essas aeronaves de 100 assentos, de classe única, para viagens curtas. Atualmente ela opera em 35 cidades de Jacarta. Outro continente surge como comprador da Embraer. A África começa a desenvolver suas operações aéreas com os aviões brasileiros. A operadora Kenya Airways, do Quênia, adquiriu 10 jatos E-190 e ainda há possibilidade de efetivar sua opção de compra de outros 10 jatos dos modelos E-190 ou E-170.

A feira Le Bourget sempre deu sorte a fabricante brasileira. A empresa dos Estados Unidos, especializada em leasing de aeronaves, a Air Lease, assinou a opção de compra de mais cinco E-190, concluindo assim um acordo que vinha desde 2010, quando comprou outras 15 unidades do jato E-190. E não será de se estranhar se esses jatos acabarem no Brasil por meio da Air Lease. Em sua carteira de clientes está a Trip Linhas Aéreas, com seis jatos semelhantes.

Dois outros jatos foram negociados com a GE Capital Aviation Services, de leasing, também dos Estados Unidos. Outro país que ingressa na carteira da Embraer com o jato E-190 é o Cazaquistão, com a operadora Air Astana. Ela fechou a lista com a compra de dois aparelhos. As entregas estão programadas para começarem em 2012.

Jet Blue

A Embraer com a JetBlue firmaram acordo, que será cumprido entre as duas partes. A fabricante brasileira de jatos entregará 100 aviões para a companhia aérea, apesar dos planos de revisão de frota da cliente. A informação foi dada pelo vice-presidente de Aviação Comercial da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, durante a feira de Le Bourget. A JetBlue anunciou que revisará sua frota e intensificará o uso dos jatos regionais Embraer 190. A expectativa da JetBlue é utilizar 75 aparelhos brasileiros em suas operações, de acordo com comunicado ao mercado.

Já a Embraer Defesa e Segurança espera aproveitar a feira francesa para comercializar seus produtos, entre eles o Super Tucano. Segundo estimativa, o potencial de vendas nos próximos seis meses é de até 40 aviões turboélice de ataque leve - categoria em que se encaixa o avião. O Super Tucano tem valor entre US$ 9 a 15 milhões, dependendo de sua configuração e armamentos.

Fabricação

Quando o assunto é aquisição de aviões, a Embraer cogita a retomada da fabricação de turboélices, devido sua economia para voos curtos de baixa a média demanda. Em meio a isso, a companhia Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a fabricante europeia de turboélices ATR fecharam, ontem, em Le Bourget, a conversão em compras firmes de 10 das 20 opções avião ATR 72-600. Em julho do ano passado, na Farnborough Airshow, em Londres, a operadora brasileira anunciou uma encomenda de 40 aeronaves, sendo 20 opções e 20 pedidos firmes.

O negócio foi fechado em US$ 227 milhões e agora a Azul tem 30 unidades deste modelo em sua frota. As primeiras entregas estão previstas para outubro de 2011. A operadora tem hoje seis ATR 72-200 que atendem cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Segundo a companhia, a escolha se deu pela eficiência operacional para voos de curtas distâncias - até 700km. Ainda existem, atualmente, cerca de 50 ATRs em operação no Brasil e 120 em toda a América Latina, continente que detém 20% do backlog atual da ATR.

Fonte: / NOTIMP









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