Brasil terá espaço aéreo seguro para a Copa e as Olimpíadas
Com treinamento de pessoal e investimento em equipamentos, o Brasil estará pronto para o aumento do volume de tráfego aéreo até a Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016). A informação foi dada pelo Tenente Brigadeiro do Ar Ramon Borges Cardoso, Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), nesta semana (1/6), durante apresentação em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. SAIBA MAIS:
"Nós não vemos problema em fazer o atendimento a não só os voos desses eventos, mas também a toda a demanda", afirmou o Brigadeiro. Isso é possível porque o DECEA segue um planejamento estratégico para conseguir cumprir sua missão mesmo com o aumento anual de 12,5% que o Brasil vem tendo no movimento aéreo. Entre 2000 e 2010, foram investidos R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão somente a partir de 2008.
O Diretor-Geral explicou ainda que o país conta atualmente com 6.987 profissionais envolvidos diretamente no tráfego aéreo, entre controladores e especialistas em comunicação, operação de estações, meteorologia e informações aeronáuticas. "Na parte específica de controladores nós estamos dando continuidade à formação da ordem de 300 por ano, que nos permite alcançar o número ideal que precisamos para atender a todos esses eventos", completou. Hoje, são 4.118 controladores em atividade, entre civis e militares.
O Brigadeiro Ramon lembrou ainda dos investimentos em tecnologia. "Nós temos os equipamentos de acordo com o que existe de mais moderno no mundo", disse. Os destaques são o Sagitário, um novo software de controle do espaço aéreo, e o número de radares no Brasil. De acordo com o Diretor do DECEA, enquanto a China, outro país de dimensões continentais, possui apenas 60 unidades, o Brasil tem 170.
Integração
A audiência pública contou ainda com a presença do Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, do Presidente Interino da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), Carlos Eduardo Pellegrino, e do Presidente da Infraero, Gustavo do Vale. Todos responderam aos questionamentos dos deputados sobre o setor aéreo no Brasil. Nas repostas, o consenso de que essa é uma área que exige um esforço conjunto.
Para o Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, DECEA, ANAC e Infraero precisam atuar juntos com outras organizações, como Polícia Receita Federal e o poder executivo estadual e municipal de cada localidade. "O aeroporto precisa ter uma atuação integrada de todos esses atores para o seu funcionamento", afirmou. Ele citou ainda o caso do perigo aviário, em que o Comando da Aeronáutica precisa atuar diretamente com as Prefeituras para acabar com os lixões que levam riscos para a aviação.
Deputados avaliam o Controle do Espaço Aéreo
Participaram da audiência parlamentares das Comissões de Defesa do Consumidor; de Viação e Transportes; e de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados. Além de perguntas, também foram feitos elogios ao trabalho do Comando da Aeronáutica. "Eu tive o privilégio de na semana passada visitar o CINDACTA I (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) e o COMDABRA (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro). O que eu vi ali serve de orgulho para o povo brasileiro", disse o deputado Lázaro Botelho (PP/TO). O Deputado Romário (PSB/RJ), que também participou da visita, disse que ficou surpreendido. "A impressão foi a melhor possível", elogiou.
Já o deputado Otavio Leite (PSDB/RJ) explicou que se aprofundou muito no tema por ter sido co-autor do requerimento que em 2007 criou a Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema de Tráfego Aéreo e que hoje defende o modelo implantado no Brasil. "Eu acho que o controle do espaço aéreo no Brasil tem que ficar sob o comando da Aeronáutica", afirmou.
O deputado José Luiz Stédile (PSB/RS) também defendeu o modelo integrado do controle do espaço aéreo no Brasil, em que a Aeronáutica faz tanto o gerenciamento do tráfego aéreo quanto as ações de defesa. "É fundamental para dar segurança, porque se você faz o controle em órgãos diferenciados, chega uma hora em que um sabe e o outro não sabe. É aí que o controle militar em contato direto com o civil é importante para a nação", explicou.