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Paulo Maluf: Ampliar Guarulhos ou covardia?



Os críticos diziam que o aeroporto de Guarulhos "era obra faraônica, desnecessária"; hoje, ele precisa urgentemente passar por uma ampliação. O Aeroporto Internacional de Guarulhos começou a ser construído quando eu era governador de São Paulo (1979-1982).

Foi possível fazê-lo porque meu governo fez uma parceria com o Ministério da Aeronáutica.

Aproveitou-se a experiência dos militares, a ampla área existente no lugar onde já funcionava a Base Aérea de Cumbica e os recursos do governo de São Paulo.

O Aeroporto Internacional precisava de 14 milhões de metros quadrados. A base aérea de Cumbica tinha 10 milhões de metros quadrados. Foi preciso desapropriar só 4 milhões de metros quadrados, o que, com o terreno plano, barateou brutalmente o investimento. Como comparação, aeroporto equivalente no Japão custou US$ 26 bilhões. Guarulhos custou US$ 1,5 bilhão.

O governo anterior ao meu pretendia construir o aeroporto no município de Cotia, distrito de Caucaia do Alto, o que só em serviço de terraplanagem dobraria o custo da obra. Refizemos os planos optando pela área de Guarulhos, ao mesmo tempo em que construíamos também a rodovia dos Trabalhadores (hoje Ayrton Senna), permitindo rápida ligação do novo aeroporto à capital paulista.

Mesmo assim, a construção do aeroporto em Cumbica foi alvo de uma enorme campanha negativa.

Houve até uma ação popular contra o investimento. Os críticos diziam que "era uma obra faraônica, desnecessária". E hoje ele precisa ser ampliado urgentemente.

Um vereador de Guarulhos promovia semanalmente um espetáculo midiático, diante das câmeras de TV e jornais, deitando-se diante das máquinas escavadeiras para evitar que elas trabalhassem.

Apesar de tudo, o aeroporto foi feito, e hoje está ultrapassado. Lotado. Com filas e mais filas, a tal ponto que algumas das empresas aéreas pedem a seus passageiros que cheguem para embarcar com quatro horas de antecedência.

Cumbica aproxima-se da situação de Heathrow, em Londres, onde há trafego o dia inteiro, apesar de o aeroporto de Guarulhos ser menor. Entretanto, os planos originais do aeroporto previam uma terceira pista, que meus sucessores não fizeram. O lugar da terceira pista foi invadido. Agora, como opção, fala-se apenas em fazer um terceiro terminal.

Mas é preciso fazer a terceira pista, construindo um projeto Cingapura para os eventuais desalojados.

Dizem que Cumbica, hoje, está com movimento 30% além de sua capacidade. O projeto faraônico se tornou uma miniatura.

Felizmente, temos muitos projetos. O que falta é coragem para realizá-los. O mal de alguns executivos é a covardia em ousar.

Não há mais tempo a perder. Temos que ampliar Guarulhos e viabilizar Viracopos como verdadeiro aeroporto tanto internacional como para voos domésticos. Desafogaria toda a demanda proveniente do interior. E não se use o falso argumento de falta de verbas. Se tem para o trem-bala, não há que faltar para o transporte aéreo.

Fonte: / NOTIMP

Foto: Andomenda








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