Movimentação de passageiros no Aeroporto de Joinville tem o maior crescimento
Alta faz aumentar em até 40% o volume de negócios de quem depende do terminal .
Marina Andrade .
Quando a vendedora Cindimiliane Barreto começou a trabalhar na Arteville, loja de artesanatos localizada no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, em janeiro, ela não imaginava que faria parte do melhor momento da história do terminal. A jovem, que trabalha à tarde, conta que o movimento começa às 16 horas e que aos domingos chega a precisar de ajuda por causa da quantidade de clientes.
— É quando recebemos as famílias, tanto as que trazem alguém para o aeroporto quanto as que vão viajar. Durante a semana, são mais executivos — diz.
A dona da loja Reni Guimarães lembra que antes de Cindimiliane começar a rotina era diferente, mais tranquila. Mas há alguns meses as vendas começaram a crescer e agora estão até 40% maiores do que em anos anteriores.
— Tenho loja no aeroporto há dez anos e acredito que o movimento vai continuar crescendo — afirma.
Do primeiro dia do ano até quarta-feira, 180.603 passageiros passaram pelo aeroporto joinvilense. Isso significa que em menos de cinco meses já foram atingidos três quintos da movimentação registrada durante todo o ano passado. Este não é o único número que impressiona nas estatísticas do terminal.
O Lauro Carneiro de Loyola teve o maior crescimento no movimento de passageiros entre os 40 maiores aeroportos brasileiros no primeiro quadrimestre do ano. A expansão, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), foi de 70,7%. No mesmo período, o movimento nos terminais brasileiros aumentou 18,1%.
— O aeroporto vive um grande momento. Nunca se chegou a 300 mil passageiros — número que deve ser superado este ano. Já tivemos um número maior de aeronaves, na década de 1990, mas na época, a quantidade de assentos era de cerca de mil, enquanto hoje são pouco mais de 1,3 mil — afirma o superintendente Rones Rubens Heidemann, que trabalha há 24 anos no terminal.
Na locadora de veículos onde trabalha a agente Solange Hammer, os números refletiram nos negócios. Há um ano e meio atuando no aeroporto, ela diz que nos últimos meses chegou a faltar carros para locação.
— Nosso público-alvo são executivos e há seis meses estamos alugando 30% mais veículos — comemora.
Expectativa de quebrar recordes
O taxista Euclides Felipe da Silva trabalha no ponto do aeroporto há mais de duas décadas e diz que a movimentação aumentou junto com o crescimento na oferta de voos.
— Somos em 16 carros. O período da manhã é melhor e está mais movimentado do que no ano passado — diz.
Ele está otimista e espera que o fluxo de passageiros cresça ainda mais nos próximos meses.
— Acredito que vamos fechar o ano com um crescimento de cerca de 50% em relação a 2010. Este ano, todos os meses foram os melhores na história. O Aeroporto de Joinville foi redescoberto pelos passageiros. A movimentação pode chegar a 480 mil passageiros em 2011 — explica o superintendente Rones Rubens Heidemann.
Em abril, houve o maior crescimento, 78,55%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o próximo ano, Heidemann acredita que o fluxo de passageiros aumente no máximo 20%, pois o crescimento obtido em 2011 foi muito grande.
— A curto prazo, temos a instalação do ILS, que vai trazer mais demanda, mas somos capazes de atender. A longo prazo teremos a ampliação do aeroporto, que já está na fase de cálculo para as desapropriações — complementa.
Com as bênçãos de São Pedro
Três fatores motivaram os recordes de movimentação de passageiros: aumento no número de voos, queda nos preços das passagens por causa da concorrência e o clima.
O terminal, que costuma ter boa parte das operações – cerca de 40%, principalmente de pouso – canceladas por causa da chuva ou neblina, contou com uma ajudinha de São Pedro.
Segundo o superintendente, Rones Rubens Heidemann, enquanto nos primeiros quatro meses do ano 125 voos foram prejudicados pelas condições climáticas, este ano o número representa menos da metade, 54 operações.
— No inverno, nossos problemas de fechamento por neblina aumentam — diz.
A consultora de viagens da Olimpiatur Sandra Candido afirma que as vendas de passagens por meio do Aeroporto joinvilense aumentaram muito. Antes, a maior parte dos bilhetes era emitidas para saída de Curitiba.
Agora, a proporção se igualou entre as duas cidades.
— Quem não tem compromisso marcado opta por Joinville, pois os preços e os horários estão bons. Mas quem não pode perder o horário viaja para o Paraná. Nos próximos meses, é possível que a chuva faça com que pessoas decidam por Curitiba. Estamos torcendo pela instalação do ILS.
Atualmente, a instalação do equipamento que reduziria a taxa de fechamento do aeroporto por possibilitar pousos em condições de mau tempo está prevista para dezembro de 2012. Em 16 de junho, o senador Luiz Henrique tem uma reunião com o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira, para tentar agilizar a vinda do sistema.
Fonte: / NOTIMP