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Livro “Além dos Manuais: uma conversa sobre segurança de voo” traz legado de observação e afeto

A “conversa” do título está longe de ser uma força de expressão. O diálogo, aliás, torna-se o verdadeiro protagonista de cada uma das 260 páginas da obra de autoria do Tenente-Brigadeiro Nelson de Souza Taveira, antigo piloto de diferentes aviações da FAB, além de engenheiro aeronáutico. Para tratar do tema que desperta tanta atenção, o autor escolheu um formato bastante original. “Além dos Manuais” (publicado recentemente pelo Somos Editora) se conduz pela interação entre o avô (Taveira) e o neto, Luis Filipe, também piloto. Como se fosse uma conversa de casa, o leitor passa a se sentir em família a discutir o assunto, metáfora apropriada para tratar da família-aviação.

A obra é entrelaçada por ensinamentos, sejam eles na forma de comentários ou análises, inclusive baseados em acidentes ocorridos no Brasil e no exterior. Aliás, como já se difunde, a filosofia principal da prevenção é avaliar fatores que contribuíram para um acidente. A obra, como enfatiza o autor, tem como público-alvo pilotos mais jovens, de forma que multipliquem o conhecimento.

O Brigadeiro adianta na apresentação que alguns diálogos trazidos têm finalidade didática e nunca existiram. Mas isso torna-se detalhe inobservável da narrativa. “Este é o relato das muitas conversas sobre aviação que eu gostaria de ter tido com o meu neto”. A verdadeira conversa é com o leitor. “Tudo o que procurei transmitir foi feito de boa fé, nos limites de minha experiência”, escreveu.

O livro está dividido em duas partes: piloto militar e aviação civil. Traz observações das várias fases do voo, da decolagem ao pouso. Para tornar o assunto menos complexo, as conversas com os interlocutores acontecem justamente para dirimir as dúvidas, como de fórmulas matemáticas. A obra já foi bem recebida pelo setor aéreo. “Tive a sensação de constatar que, ao contrário da aridez da maioria dos livros técnicos, o trabalho do brigadeiro Taveira era provido de intensa carga afetiva”, disse o diretor do Centro Tecnológico da Aviação Civil de Brasília, Adair Geraldo Ribeiro. “Para os pilotos, sua leitura motiva o crescimento intelectual e convida ao contínuo aperfeiçoamento”, considerou o piloto civil Batista Jensen.

Da leitura, uma das sensações que ficam é de responsabilidade com futuras gerações. Como todo bom avô faz, em que se pede que o neto preste atenção e tome cuidado em seus caminhos. “Meus netos se acostumaram a me chamar de babo (papai em italiano)”. Com a publicação, o leitor ganha um babo de cabeceira.

Fonte: Agência Força Aérea







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