Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) completa 61 anos. Conheça a história
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) comemorou, no dia 20 de maio, seu sexagésimo primeiro aniversário de criação. Na cerimônia, houve entrega de medalhas com a presença de autoridades, iteanos, professores, alunos, servidores e representantes de empresas. No evento, o Pró-Reitor de Graduação, Professor-Doutor Alberto Adade Filho, apresentou sua trajetória acadêmica e profissional. Os participantes receberam um poema intitulado 61 Anos de Instituto Tecnológico de Aeronáutica - Uma História Laureada!, de autoria do Tenente Coronel Especialista em Comunicações Francisco Antonio Ramos de Araújo, como lembrança do Aniversário do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. História Há 61 anos, a Aeronáutica iniciou a preparação da primeira turma de engenheiros. No Brasil, os chamados “Anos Dourados” marcaram a chegada da televisão ao país, a efervescência cultural, a criação da Bossa Nova, a eleição do presidente Juscelino Kubistheck e os primeiros passos rumo à industrialização, com a população migrando do campo para as cidades. Foi no início dessa década que São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), deixa de ser apenas uma estância climática para tratamento de pobres com tuberculose no Estado para seguir a vocação de pólo de desenvolvimento nacional. A transformação da cidade de 30 mil habitantes começou com a construção do Centro Técnico de Aeronáutica, idealizado pelo então Coronel-Aviador Casimiro Montenegro Filho. O CTA foi erguido para abrigar dois institutos científicos– um para o ensino superior, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e outro para pesquisa e desenvolvimento nas áreas de aviação militar e comercial (Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento - IPD). Com uma industria mínima, incapaz de fabricar até bicicletas, o Brasil iniciava nos anos 50 buscando a formação de engenheiros aeronáuticos altamente qualificados, seguidos por novas especializações em eletrônica, mecânica, infraestrutura e computação, com visão de que esses primeiros passos seriam decisivos para o futuro do país. As contribuições das pesquisas estão nas mais diversas áreas: telecomunicações, informática, infraestrutura aeroportuária, automação bancária, transporte aéreo e indústria automobilística. A solução para os motores a álcool, por exemplo, surgiu no CTA, na década de 70. Em 2011, o ITA dará mais um passo importante: os primeiros engenheiros aeroespaciais concluirão o curso, prontos para as demandas do Programa Nacional de Atividades Espaciais. “Saí de lá convicto de que José da Silva não é pior do que John Smith”, afi rma o ex-ministro e um dos fundadores da EMBRAER, Ozires Silva, ex-aluno do ITA. “Plano Smith” - A concepção do CTA surgiu em meados da década de 40 por meio do Coronel-Aviador Casimiro Montenegro. A ideia era criar uma escola de engenharia aeronáutica nos modelos do Massachussets Institute of Technology (MIT) e o Wright Field, nos Estados Unidos. À frente do seu tempo, o Coronel Casimiro Montenegro lutou para que o país alcançasse, além do avanço tecnológico, desenvolvimento educacional e científi co.“O professor repetia sempre que se o Brasil quisesse fabricar aviões deveria, antes, fabricar engenheiros e técnicos”, lembra o ex-aluno de Casimiro, Ozires Silva. O Ministério da Aeronáutica contratou, em 1945, o professor americano Richard Herbert Smith, do MIT, para estruturar um plano de criação de um instituto e um centro de tecnologia aeronáutica. O CTA seria o braço científico e técnico do Ministério da Aeronáutica. O anteprojeto de construção da unidade em São José dos Campos levou a assinatura de Oscar Niemeyer. As obras foram iniciadas em 47 e o primeiro instituto do CTA, o ITA, foi concluído em 1950. Em 1953, saiu do papel o primeiro órgão nacional voltado para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia aeronáutica: o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento. Mais tarde, o Departamento de Aeronaves desse instituto deu origem à EMBRAER, criada em 1969. Ao longo dos primeiros 10 anos, o ITA firmou-se como uma escola de engenharia diferenciada. Adotava a estruturação acadêmica por departamentos. Professores e alunos moravam no campus, o que facilitava o regime de dedicação exclusiva e a interação inédita entre mestres e estudantes. A concessão de bolsas aos alunos foi outro ponto importante e inovador. Diferentemente da maioria das escolas de engenharia do país, o ITA tinha um currículo dinâmico que se renovava anualmente. O sucesso do modelo influenciou a orientação do ensino superior no país. Teve reflexos ainda na composição do novo currículo do curso de engenharia aprovado em 1976. A pós-graduação do ITA, estruturado no modelo americano, também foi pioneiro no país e influenciou a pós-graduação brasileira. Homenagem a Servidores Medalha Militar
Ao longo de 61 anos, o ITA formou mais de 5.000 engenheiros, além de 2.500 mestres e doutores.
Na cerimônia em comemoração aos 61 anos, a medalha dourada, instituída em 2010, em formato circular, com a logomarca do ITA, foi entregue a servidores com 35 e 30 anos de serviços prestados ao ITA. Receberam a condecoração os Professores-Doutores Takashi Yoneyama, Luiz Carlos Sandoval Góes e Alberto Adade Filho. Também foram homenageados o Professor Eduardo Hisasi Yagyu, o Técnico em Ciência e Tecnologia, Mário Monteiro da Silva Filho, a Professora-Doutora Tânia Nunes Rabello, além da Assistente em Ciência e Tecnologia Erena Luzia Nakashima.
O Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente Brigadeiro do Ar Ailton dos Santos Pohlmann, também entregou medalhas militares ao Coronel Aviador Carlos Magno Vilela do Nascimento (medalha de ouro por mais de trinta anos), Major Aviador Sandro Rondon Rett e Capitão Especialista em Comunicações João Batista do Porto Neves Júnior (medalha de prata por mais de vinte anos de serviços prestados). A medalha militar, criada em novembro de 1901, destina-se a recompensar por bons serviços prestados, oficiais e praças da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em serviço ativo, conforme o tempo de serviço.