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Especial AF447: Avião do voo AF 447 despencou em alta velocidade, diz relatório do BEA



O voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, despencou a uma velocidade vertiginosa e a queda durou apenas 3 minutos e 30 segundos, segundo o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), que divulgou nesta sexta-feira uma nota sobre as circunstâncias da catástrofe que matou 228 pessoas.

O órgão disse que as novas informações apenas descrevem a cadeia de eventos que conduziram ao acidente no avião que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, mas não revelam as causas da catástrofe.

Um relatório preliminar sobre as causas do acidente com o avião da Air France deverá ser divulgado pelo BEA no final de julho.

O documento divulgado nesta sexta mostrou que houve incoerências nas velocidades medidas do avião. Após entrar em uma zona de turbulência, os pilotos foram confrontados a duas velocidades diferentes do avião durante pouco menos de um minuto, uma delas indicando uma perda brutal da velocidade.

Cerca de dois minutos após o início dos problemas, o avião Airbus, que estava a uma altitude de 35 mil pés (cerca de 10 mil metros), começou a cair a uma velocidade vertical de 10 mil pés (3 mil metros) por minuto.

A aeronave também começou a oscilar, segundo a nota.

No documento de quatro páginas, o BEA informa que durante cerca de quatro minutos, os pilotos tentaram, através dos comandos do avião, reverter a queda.

O BEA revela ainda que o comandante de bordo estava em repouso quando os problemas começaram, mas retornou à cabine de pilotagem "cerca de 1 minuto e 30 segundos após o piloto automático ter sido desconectado".

Após o desligamento do piloto automático, o Airbus A330-200 chegou a subir a 38 mil pés (11,5 mil metros), até que o alarme de perda da altitude disparou e o avião começou a cair.

Os incidentes na cabine ocorreram entre 2h10 GMT (23h10 do dia anterior em Brasília) e 2h14 GMT (23h14).

As ordens do piloto, ouvidas na caixa-preta, foram no sentido de tentar levantar o nariz do avião.

O BEA afirma ainda que "os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação".

"Os últimos valores registrados são uma inclinação de 16,2 graus de inclinação do nariz, rolagem de 5,3 graus na esquerda (inclinação do avião e velocidade vertical de queda de 10.912 pés por minuto)", diz o BEA.

Fonte:

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Voo 447: relatório do BEA indica que tripulação estava em conformidade com os procedimentos e motores não falharam

Fernanda Baldioti, com informações de agências internacionais

RIO - O Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês), responsável pela análise dos dados das caixas-pretas do voo AF 447, que caiu no Oceano Atlântico em 2009 quando seguia do Rio para Paris, divulgou nesta sexta-feira uma análise preliminar das circunstâncias do acidente que matou 228 pessoas. Em nota, o BEA afirmou que a tripulação estava em conformidade com os procedimentos e que a massa e o centro de gravidade estavam dentro dos limites operacionais. De acordo com o BEA, os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação.

O BEA confirmou que no momento em que o avião começou a enfrentar dificuldades operacionais, os dois copilotos estavam na cabine e o comandante de bordo estava em repouso. O comandante voltou para a cabine cerca de 1 minuto e 30 segundos após a retirada do piloto automático. Ainda segundo o relatório do órgão, houve uma inconsistência entre a velocidade indicada no lado esquerdo e a indicada no instrumento de resgate (ISIS). Essa diferença durou pouco menos de um minuto.

Os investigadores constataram que após o desligamento do piloto automático, a aeronave subiu para 38 mil pés. Depois, o alarme de perda soou, e o avião entrou em perda. O piloto ordenou que se elevasse o nariz da aeronave. A descida durou 3 minutos e 30 segundos. Embora tivesse informado anteriormente que não divulgaria a transcrição das conversas dos pilotos, o BEA revelou trechos das falas. ( Confira parte da conversa dos pilotos )

A Airbus afirmou nesta sexta-feira que as informações preliminares divulgadas pelas autoridades francesas sobre o acidente no voo Rio-Paris são um "passo significante" para entender as causas da queda do avião A330 no oceano Atlântico, matando 228 pessoas.

"O trabalho do BEA constitui um passo significante para a identificação completa da cadeia de eventos que levou ao trágico acidente do voo 447 da Air France em 2009", disse a Airbus em comunicado.

A divulgação dos dados foi antecipada devido a publicação de informações contraditórias publicadas pela imprensa. Na semana passada, um dos responsáveis do BEA disse à imprensa que uma primeira leitura das gravações não havia revelado "disfunções importantes" no avião, um A330 da Airbus . O secretário dos Transportes da França, Thierry Mariani, anunciou ainda que as causas e responsabilidades pelo acidente seriam conhecidas no fim de junho.

Na quinta-feira, um grupo de advogados franceses e brasileiros das famílias das vítimas do voo 447 anunciou que intimou a Air France e a Airbus para comparecer com urgência diante da Justiça francesa. Eles questionam o próprio projeto do avião. Um procedimento semelhante, visando investigar a verdade sobre as causas do acidente que deixou 228 mortos e obter depósitos para indenizações, será encaminhado no futuro próximo junto à Justiça brasileira, declarou à Reuters um dos porta-vozes do grupo.

PELO DNA: Corpos resgatados poderão ser identificados, e trabalhos de resgates de outras vítimas devem continuar

O grupo de advogados declara que se baseia em uma tese proposta por especialistas independentes, "que tende a demonstrar que o design do avião teria exercido um papel não desprezível na ocorrência da catástrofe". Para financiar sua ação, as famílias e seus advogados mandaram analisar por um organismo privado os dados transmitidos à Air France pelo sistema de mensagens automáticas Acars nos quatro últimos minutos que antecederam a tragédia.

Segundo o grupo, a ação movida em Toulouse e no Brasil visa "o reconhecimento da responsabilidade da Air France, enquanto transportadora, e da Airbus, com relação ao papel não desprezível do projeto e funcionamento do avião na ocorrência da catástrofe." A intimação na França foi registrada em 13 de maio, junto ao tribunal de grandes instâncias de Toulouse.

A Air France e a Airbus foram indiciadas em março por homicídio culposo pela morte de 228 pessoas que estavam a bordo da aeronave. Há duas semanas, uma reportagem do jornal francês 'Le Figaro' afirmava ainda que eles tinham tido acesso ao conteúdo das caixas-pretas , e que os dados livrariam os fabricantes da Airbus de qualquer culpa.

Resgate de corpos continua

Pelo menos 29 corpos das vítimas do voo 447já teriam sido resgatados desde o reinício das operações, em 21 de maio. A informação foi passada às famílias das vítimas por autoridades francesas. No início de maio, outros dois corpos já haviam sido retirados do oceano. Ao todo, 82 corpos foram resgatados desde 2009 , e 146 permanecem desaparecidos.

Fonte:

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AF 447 registrou duas velocidades para os pilotos pouco antes da queda

Segundo análise parcial feita pelo BEA, aeronave demorou cerca de três minutos e meio para cair

SÃO PAULO - O relatório parcial sobre o acidente com o AF 447 foi divulgado na manhã desta sexta-feira, 27, e aponta que o avião demorou cerca de três minutos e meio para cair, em alta velocidade, no Oceano Atlântico. Conforme a análise parcial das caixas-pretas feito pelo Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA), por cerca de um minuto, a aeronave apresentou duas velocidades aos pilotos que estavam na cabine.

Segundo o BEA, apesar de o comandante não estar na cabine - ele havia saído para descansar, deixando os dois copilotos no comando -, a composição da tripulação estava em conformidade com os procedimentos, incluindo os nove comissários de bordo. O capitão voltou para a cabine cerca de um minuto e meio depois de o piloto automático ser desligado e logo após a aeronave começar a cair.

O relatório aponta ainda que as turbinas estavam funcionando normalmente e que responderam a todos os comandos da tripulação. O piloto mais novo da tripulação estava no comando quando a aeronave começou a cair, e passou o comando ao capitão um minuto antes de atingir o mar.

Como ocorreu. Conforme o relatório, à 1h59, o piloto passou o comando da cabine para os dois copilotos, quando foi informado "um pouco de turbulência que você acabou de ver (...) devemos encontrar outras mais à frente". Antes de sair, o piloto ainda afirma que "infelizmente não podemos subir muito mais agora porque a temperatura está diminuindo menos rapidamente do que o esperado". Ele sai da cabine.

Às 2h06, um dos copilotos avisam aos comissários de bordo que "em dois minutos devemos pegar uma área mais agitada (de turbulência) e devemos tomar cuidado". "Aviso quando sairmos de lá", finaliza. Dois minutos depois, o comandante sugere uma alteração de rota para a esquerda. Após movimentação de 12 graus na rota, a turbulência aumenta um pouco mais e a tripulação diminui a velocidade do avião.

O piloto automático da aeronave é desligado às 2h10, quando um dos copilotos avisa "Eu tenho os comandos". Em seguida o avião é puxado para a direita e o piloto faz tração para a esquerda e de elevação do nariz. O alarme de perda dispara duas vezes e duas velocidades passam a ser mostradas à tripulação da cabine - o da esquerda aponta queda brusca de altitude. "Perdemos as velocidades", alerta um dos copilotos.

Com a elevação do bico, a aeronave começa a subir e ganha altitude: chega a cerca de 11.500 metros. A velocidade na subida cai de 2.000 metros/minuto para 200 metros/minuto. A aeronave começa a chacoalhar de lado a lado. Os copilotos chamam o comandante e o alarme de queda volta a soar. A velocidade do painel esquerdo volta a subir, abruptamente, e os pilotos continuam com a aeronave com o bico levantado. As duas velocidades mostradas, então, voltam a ser as mesmas.

A aeronave continua a subir e chega a pouco mais de 11.500 metros. Às 2h11 o comandante volta à cabine e, em seguida, todas as velocidades se tornam inválidas e o alarme de perda para de soar, pois o valor chegou a um nível baixo o bastante para ser desconsiderado pelo sistema. O AF 447 perdeu, então, 900 metros de altitude e começa a cair a 3.000 metros por minuto, chacoalhando fortemente. Por mais 30 segundos, o copiloto pressiona o manche ao limite para o lado esquerdo e para cima.

Às 2h12, um copiloto reclama "Eu não tenho mais nenhuma indicação". O comandante responde: "Não temos nenhuma indicação que seja válida". Às 2h13 são registradas ações nos dois mini-manches e o copiloto passa o comando ao colega. "Vamos lá, você tem os comandos", avisa. Um minuto depois, as caixas-pretas param de registrar ações no interior do avião.

Veja também:
documento
Leia o relatório do BEA completo
especialPasso a passo do acidente com AF 447

Fonte:

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Queda do voo 447 durou menos de quatro minutos, diz França

O avião do voo 447 da Air France caiu por 3 minutos e 30 segundos antes de tocar a superfície do oceano Atlântico em 2009, segundo relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira pelo BEA --órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente. A tragédia ocorreu durante o trajeto Rio-Paris e causou a morte dos 228 ocupantes.

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O BEA (Birô de Investigações e Análises) indicou também que os pilotos viram duas velocidades diferentes nos controles durante menos de um minuto, e que uma delas indicava uma queda acentuada de potência do motor.

"Diante da rotina de liberação de informações fragmentadas e muitas vezes aproximadas, o BEA resolveu publicar esta nota para informar as famílias das vítimas e ao público em geral sobre os resultados iniciais resultantes da prospecção dos registradores de voo", informou o órgão.

Segundo a nota divulgada, os novos fatos estabelecidos sobre o acidente são:

  • no momento do acidente, apenas os dois copilotos estavam na cabine do Airbus; o comandante estava em repouso;
  • o comandante voltou para a cabine cerca de 1 minuto 30 segundos após o desligamento do piloto automático do avião;
  • houve uma inconsistência entre a velocidade indicada no lado esquerdo da aeronave e a indicada nos instrumentos de voo, que durou menos de um minuto;
  • após o desligamento do piloto automático, a aeronave subiu para 38.000 pés (11.582 metros);
  • o alarme de "stall" (perda aerodinâmica) soou e o avião começou a cair;
  • a queda durou 3 minutos e 30 segundos, durante a qual a aeronave permaneceu em situação de "stall";
  • os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação;
  • o ângulo de ataque, quando válido, sempre esteve acima dos 35º;
  • os últimos valores registrados pela caixa-preta são de 16,2º de elevação do nariz do avião, inclinação de 5,3º à esquerda e velocidade vertical de -10.912 pés por minuto (200 km por hora).

Johann Peschel/Bea/Ecpad/France Presse
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos

REPORTAGENS

O anúncio do BEA ocorre após pressão feita pela imprensa internacional na última semana, quando foram publicadas reportagens com especulações sobre as causas do acidente.

Após o resgate das caixas-pretas e a confirmação de que os dados do voo poderiam ser lidos, os investigadores franceses haviam informado que a análise do material duraria meses.

O jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus apontava para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA desmentiu as informações, mas resolveu antecipar a divulgação dos primeiros dados recuperados.

No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente. O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.

Fonte:

Foto: Pawel Kierzkowski







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