Turbinas do voo 447 da Air France são achadas
França anuncia descoberta feita pela expedição que vasculha o Atlântico em busca dos destroços do avião que fazia a rota Rio-Paris e caiu em 2009 .
O Escritório de Investigações e Análise (BEA) da França, órgão que investiga as causas da queda, em 2009, do Airbus da Air France que fazia o voo 447 entre Rio e Paris, anunciou ontem ter localizado no Oceano Atlântico, a 3,8 mil metros de profundidade, destroços da aeronave. Imagens submarinas das turbinas e de outras peças confirmam que se trata do avião acidentado, no qual morreram as 228 pessoas a bordo.
Entre as peças localizadas estão as turbinas. Não foram encontradas as duas caixas-pretas, que registram os parâmetros de voo, e o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava as conversas e os sons na cabine do piloto.
Apesar do otimismo com a descoberta, Martine Delbono, porta-voz do BEA, pediu ontem paciência com os trabalhos de pesquisa. "Estamos muito prudentes. Nós descobrimos o local do acidente e isso é muito importante", afirmou, admitindo que a descoberta traz novas perspectivas à investigação. "Em 10 dias vamos concluir a fase 4, que consistia em localizar os destroços. É algo que vai permitir trabalhar sobre as causas do acidente."
A descoberta dos destroços ocorreu no oitavo dia de buscas - de um total de mais de 100 - da quarta expedição coordenada pelo BEA no Atlântico. Ela é liderada por uma equipe de especialistas americanos que em 2010 realizou uma expedição aos destroços do Titanic. Esta etapa de buscas - a maior já realizada, com custo de ? 9,2 milhões e financiada pela Airbus e pela Air France - varrerá 10 mil km², em torno da última posição do Airbus.
"É uma excelente novidade que recompensa a nossa tenacidade para descobrir a verdade sobre a queda", afirmou o vice-presidente de uma associação de vítimas, Robert Soulas.
PARA LEMBRAR
Em março, a Justiça da França anunciou que vai abrir investigação oficial contra a Airbus por homicídio culposo (sem intenção) dos 228 passageiros e tripulantes do voo 447 da Air France. A abertura oficial de investigação significa que os juízes de instrução do caso consideram que há elementos indicando possível responsabilidade em um crime. No caso do voo AF-447, desaparecido no Atlântico quando realizava a rota Rio-Paris, em 31 de maio de 2009, a Airbus é suspeita de ter negligenciado o risco de falhas nos sensores de velocidade das aeronaves, os chamados tubos Pitot.Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO / NOTIMP
Foto: Pawel Kierzkowski