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Robô faz primeiro mergulho em busca dos destroços do voo 447

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O navio francês Ile de Sein, responsável pela operação de resgate aos destroços do voo Rio-Paris que caiu em 2009, matando 228 pessoas, chegou na área do acidente na costa brasileira na manhã desta terça-feira.

O navio da companhia Alcatel-Lucent, que havia deixado o porto de Dacar, no Senegal, na sexta-feira (22), e chegou ao local hoje por volta das 2h.

De acordo com o BEA (Birô de Investigações e Análises), do governo francês, responsável pela investigação sobre o acidente, 68 pessoas estão a bordo do Ile de Sein, incluindo a tripulação do navio.

Entre eles estão nove operadores do robô submarino Remora 6000, que irá recolher os destroços, outros técnicos da empresa americana Phoenix International, proprietária dos equipamentos, e membros do BEA. O primeiro mergulho do robô foi realizado nesta manhã.

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Grupos

Durante a viagem, a equipe se reuniu para analisar a organização da quinta fase de buscas, as especificações técnicas dos robôs e as medidas de segurança a bordo.

Sob a direção do BEA, dois grupos de trabalho foram formados. O primeiro continua analisando os dados e imagens da quarta fase de buscas, que localizou os destroços do Airbus A330. Segundo o BEA, a análise está focada nas partes da cauda do avião, onde podem estar as caixas-pretas do voo 447 da Air France.

O segundo grupo estuda os procedimentos operacionais destinados a recuperar as caixas-pretas, os computadores de bordo e as demais peças da aeronave.

No comunicado do BEA não foi citado se os corpos das vítimas da tragédia serão resgatados.

Na semana passada, a Aeronáutica afirmou que o governo francês iria buscar os corpos das vítimas, mas que ainda não havia informações sobre a possibilidade do resgate.

A Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, porém, disse que durante reunião com o BEA ficou decidido que os corpos não seriam resgatados, o que provocou protestos por parte dos parentes.

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Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP

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Começa fase 5 de buscas aos destroços do voo 447

Robô submarino Remora 6000 fez primeiro mergulho no Oceano Atlântico. Caixas-pretas, se recuperadas, podem ajudar a explicar o acidente.

O navio Ile de Sein, que será usado na próxima etapa de buscas pelos destroços do voo 447 da Air France, chegou na manhã desta terça-feira (26) ao local em que será feita a fase 5 de buscas.

A informação foi divulgada pela BEA, órgão francês responsável pela investigação do acidente ocorrido em 1º de junho de 2009 e que matou todos os 228 que estavam a bordo.

O navio havia partido de Dacar, no Senegal, na sexta-feira, com 68 pessoas a bordo, inclusive a tripulação.

Ao longo da travessia, as equipes responsáveis fizeram uma série de reuniões recapitulando a organização e os objetivos dos trabalhos, assim como as especificidades do robo submarino Remora 6000, que será usado no resgate dos destroços à superfície, além das medidas de segurança.

As equipes analisaram as fotos tomadas na fase anterior das buscas, em particular dos elementos em que podem ser encontradas as caixas pretas do voo, o que ajudaria a determinar as causas do acidente.

O Remora 6000, da empresa americana Phoenix International, fez um primeiro mergulho na manhã desta terça, segundo a BEA.

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A nova e delicada fase acontece depois que o órgão francês anunciou, no início do mês, ter localizado a zona do acidente a 3.900 metros de profundidade, ao norte da última posição conhecida do Airbus A330, que havia decolado do Rio de Janeiro com destino a Paris.

Ao fim da quarta fase de busca em uma zona não explorada de 10 mil quilômetros quadrados, o BEA informou que as tarefas para trazer à superfície os destroços da aeronave começariam no início de maio.

A prioridade dos investigadores é localizar as caixas-pretas, que registram os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos.

O BEA considera que uma falha nas sondas (sensores de velocidade) Pitot do fabricante francês Thales foi um dos fatores do acidente, mas considera que só terá a explicação definitiva da tragédia com as caixas-pretas em mãos.

Entre as 228 vítimas, estavam 72 franceses e 59 brasileiros.

Esta fase, na qual trabalharão duas equipes, é totalmente financiada pelo Estado francês, segundo o BEA.

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Imagem tirada durante entrevista em Le Bourget mostra foto subterrânea de turbina do Airbus A330. (Foto: AFP)

Fonte: PORTAL G-1 / NOTIMP

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Instituto francês prevê dificuldades para resgatar corpos do AF 447

Daniela Fernandes

Os especialistas franceses que vão tentar resgatar as vítimas do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, não sabem se o estado dos corpos permitirá que eles sejam levados à superfície, disse à BBC Brasil o coronel François Daust, diretor do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar francesa (IRCGN, na sigla em francês), responsável por essas operações.

O instituto possui um centro especializado na identificação de vítimas de catástrofes. Três especialistas dessa unidade (um legista e dois peritos em identificação de corpos) estão a bordo do navio francês Ile de Sein, que já chegou à área de buscas dos destroços.

"Essa será a operação mais difícil que já realizamos", diz o diretor do instituto, que já atuou em 38 grandes catástrofes, como o tsunami no Sudeste Asiático, o acidente com o avião Concorde, em 2000, o terremoto no Haiti e também em outros casos de queda de aviões no mar.

O voo 447 da Air France fazia a rota Rio-Paris e caiu no Atlântico em 31 de maio de 2009 (pelo horário brasileiro), matando 228 pessoas. Apenas 50 corpos foram resgatados logo após o desastre, sendo 20 deles de brasileiros.

Profundidade

A operação é "muito complicada", diz Daust, porque os corpos do avião da Air France estão há quase dois anos no fundo do mar e também a uma grande profundidade, de 3,9 mil metros.

"No acidente aéreo na costa de Sharm el Sheikh (no Egito, em 2004, que matou 148 pessoas), não pudemos resgatar os corpos a 800 metros de profundidade, e isso somente um mês após a catástrofe", afirma.

"Os robôs não conseguiam recuperar os corpos sem danificá-los totalmente. Por isso, desistimos de resgatá-los", diz o coronel.

É certo que as temperaturas da água no litoral egípcio eram bem mais elevadas do que no caso do avião da Air France, que devem se situar entre 4 e 5°C, o que teoricamente facilitaria sua conservação, diz Daust.

"Mas apesar das temperaturas serem mais baixas, elas não são de congelamento e dois anos se passaram. Não sabemos o grau de fragilidade dos corpos e se eles resistirão à manipulação do robô."

O coronel afirma que o estado real de conservação dos restos humanos só será conhecido após as primeiras tentativas de resgate. "Só saberemos se ainda restam tecidos humanos após levar os primeiros corpos à superfície", acrescenta.

Além disso, a fortíssima pressão da água a quase quatro quilômetros de profundidade mantém a estrutura corporal coesa na água. A diminuição da pressão, quando o corpo é içado, pode causar o deslocamento dos ossos, diz Daust.

"Por esse motivo, não quisemos nenhum representante das famílias a bordo do navio. Se os testes forem negativos, seria muito doloroso para eles", afirma.

A associação brasileira dos familiares das vítimas contesta, no entanto, a recusa das autoridades francesas em permitir a presença de um representante dos parentes a bordo.

Espalhados

Segundo o coronel, a grande maioria dos corpos do voo AF 447 deve estar espalhada no fundo do mar e não presa aos assentos, "como normalmente ocorre em acidentes desse tipo".

Daust afirma ainda que, com base em informações da Justiça francesa, haveria "dezenas de corpos" na área dos destroços, localizados no início de abril.

Os especialistas do instituto francês tentarão colocar os corpos em um tipo de "cesto" para levá-los a superfície, uma operação que levaria, a cada tentativa, dez horas no total.

Somente para içá-los levaria duas horas, diz Daust. O objetivo é evitar uma mudança brusca de temperatura, outro fator que agravaria o estado de conservação dos corpos.

Segundo o diretor do instituto, se os corpos puderem ser resgatados, eles serão identificados na França.

A Interpol será encarregada de solicitar às autoridades brasileiras o material genético das famílias do Brasil e transferi-lo ao Instituto de Pesquisas Criminais da França.

Fonte: BBC BRASIL / NOTIMP







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