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KMW montará centro técnico e de manutenção de tanques no Brasil

Unidade será instalada na cidade gaúcha de Santa Maria e intenção é produzir no Brasil para atender a América do Sul .

Bárbara Ladeia e Marcelo Cabral .

A empresa alemã KMW, fabricante do tanques Leopard, um dos modelos mais avançados do mundo, está se preparando para iniciar atividades em território brasileiro. A empresa está criando um centro técnico e de manutenção da frota brasileira e chilena do tanque modelo Leopard 1 A 5, na cidade gaúcha de Santa Maria, onde estão baseados os veículos brasileiros. No ano passado foram adquiridas 270 unidades do veículo, das quais 240 são aproveitáveis em campo e outros 30 são usados para suporte e assistência técnica.

“Nosso primeiro passo será oferecer uma interface local para o Exército Brasileiro”, afirma o presidente da companhia, Frank Haun. O valor do investimento ainda é desconhecido: a aquisição do terreno ainda não foi fechada uma vez que os valores seguem sob negociação. “Ainda não tenho um número exato, mas o investimento deve alcançar dois dígitos de milhões de euros”, garante Haun. A empresa também pretende, em um segundo momento, criar um centro para promoção de pesquisas e desenvolvimento de soluções em defesa, com foco nas necessidades do Exército Brasileiro. “Nós não pretendemos simplesmente exportar, mas criar um conteúdo para que possamos atender às demandas locais”, diz o executivo.

A intenção de desenvolver estudos e pesquisas também pesou na escolha da cidade Santa Maria, no Rio Grande do Sul, como sede da unidade produtiva. “Para um investimento de longo prazo como o nosso, isso é de vital importância”, destaca o executivo. Mais que a proximidade com os centros de estudo, pesou a proximidade com a sede das Forças Armadas. Em maior prazo, a KMW deve utilizar a unidade como fabricante de tanques completos, mirando tanto o próprio mercado brasileiro como o externo. “Por um lado temos a demanda brasileira por investimentos estratégicos e a possibilidade de usar Santa Maria como um polo distribuidor para o restante da América do Sul. Por outro, temos tecnologia para levar para o Brasil”.

Conselho de Segurança da ONU

Para André Luis Woloszyn, analista de inteligência estratégica pela Escola Superior de Guerra, é nítido o interesse do Brasil em se aproximar da pauta de defesa tanto como forma de se posicionar melhor para ocupar a sonhada cadeira no Conselho de Segurança da ONU como para reforçar a soberania na América Latina. Nesse sentido, a escolha dos tanques alemães pode ter sido acertada. “É o que há de mais moderno e tecnológico dentro da nossa necessidade”, aponta o especialista. Cada um dos 270 importados no ano passado custou cerca de US$ 900mil. “Parcerias entre brasileiras e estrangeiras é a nossa saída. Não conseguiríamos gerar esse tipo de tecnologia sozinhos”, diz o pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora, Expedito Bastos, especializado em assuntos ligados à defesa. Apesar da redução dos custos de manutenção na atual frota do Leopard 1A5, para especialistas as chances do projeto alemão vingar são pequenas. “Nós não temos compras suficiente para manter uma indústria bélica no Brasil”, diz o Pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora, Expedito Bastos. “Nos outros países, os tanques são muito antigos e os países são pobres. Tirando a Argentina, todos os outros Exércitos usam carros alemães.”

No entanto, o corte de R$ 50 bilhões no orçamento – dos quais R$ 4 bilhões foram retirados do Ministério da Defesa – é a principal ameaça. “Esses estrangeiros estão acreditando na Estratégia Nacional de Defesa”, avalia Bastos. “É o documento mais bem escrito desde 1500, só tem dois problemas: é uma carta de intenções e não diz de onde saem os investimentos.”

Fonte: Brasil Econômico / NOTIMP








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