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Haitiano quer Exército no lugar da ONU

Presidente eleito Michel Martelly diz que força substituirá militares de missão de paz comandada pelo Brasil .

Novo chefe de Estado não estabelece prazo .

Tema é polêmico no país, pois Exército tem histórico de golpes .

Luis Kawaguti .

Poucas horas após ser oficializado presidente eleito do Haiti, o cantor popular Michel Martelly, ou "Sweet Micky", anunciou ontem uma medida polêmica: a recriação do Exército do país, com o objetivo de substituir a Minustah, missão de paz da ONU comandada pelo Brasil.

"A presença da Minustah em solo haitiano significa que é necessária uma força para se manter a paz, a menos que alguém sugira que a Minustah fique aqui para sempre", disse. Ele não estabeleceu prazo.

Martelly foi eleito após um pleito marcado por denúncias de fraude. Ele deve assumir o cargo em maio.

A recriação do Exército -dissolvido pelo ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, recém-retornado ao país- ainda é tema delicado na política haitiana.

Desde a independência da França em 1804, a instituição promoveu inúmeros golpes de Estado. Um dos mais recentes foi em 1991, quando o general Raul Cedras derrubou Aristide, então em seu primeiro mandato.

Após ser reconduzido ao poder em 1995, Aristide dissolveu a força, que tinha 7.000 homens. Os ex-militares então ajudaram a derrubar Aristide novamente em 2004 -motivando a criação da Minustah.

Martelly prometeu que as novas Forças Armadas do país não terão Marinha nem aviões de combate. Disse que ajudarão a reconstruir o país após o terremoto de 2010.

Segundo ele, "tem que ser um Exército moderno, ter corpo de engenheiros e estar pronto para intervir" em crises e catástrofes.

"Acho [a criação da força] positiva, desde que seja para o bem do Haiti. Não ficaremos eternamente", disse o general brasileiro Luiz Eduardo Ramos Pereira, chefe militar da Minustah.

GUARDA NACIONAL

A Folha apurou que a ideia tem apoio na ONU e no governo brasileiro.

Porém, o fato de ter falado em "Exército" causou estranhamento. A força vinha sendo tratada nos bastidores como uma espécie de guarda nacional, que atuaria em conjunto com a polícia.

Entre as missões dessa força estariam o combate ao tráfico de drogas e defesa civil.

O general Ramos afirmou que o Brasil continuará apoiando o Haiti e que não há previsão de início de retirada das tropas internacionais. Em outubro, a ONU discutirá o aumento de engenheiros e a redução de fuzileiros na missão.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP








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