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Empresas aéreas já veem ''caos completo''



Estudo diz que dos 16 aeroportos onde haverá jogos, 11 estarão estrangulados .

Rafael Moraes Moura .

Haverá "caos completo" nos aeroportos brasileiros durante a Copa do Mundo de 2014, mesmo que as obras sejam concluídas no prazo previsto, disse ontem o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), José Márcio Monsão Mollo.

O comentário foi feito após o alarme disparado há duas semanas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea), que divulgou estudo apontando que nove aeroportos não serão concluídos a tempo do Mundial.

"Em 2010, o movimento anual (nos aeroportos) ficou em torno de 155 milhões. Nossa previsão pra 2014 é que vai superar 225 milhões de passageiros. O que vai ocorrer é o caos completo, sem dúvida nenhuma", afirmou Mollo durante audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. De acordo com o presidente do SNEA ainda que todas as obras sejam concluídas, a maioria dos aeroportos estará com a capacidade esgotada para atender aos milhões de turistas esperados durante o evento.

Elaborado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o levantamento mostra que dos 16 aeroportos dos Estados onde haverá jogos, 11 estarão "estrangulados" já em 2014: Guarulhos (SP), Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ), Brasília (DF), Confins (BH), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT). Em três aeroportos, a capacidade ficaria no limite (entre 80% e 100%): Viracopos (SP), Galeão (RJ) e Manaus (AM).

Preocupação. A situação mais preocupante seriam os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Congonhas. Apenas um estaria com capacidade inferior a 80% em 2014: Pampulha (MG). O de Natal não foi considerado - o edital de licitação deve ser lançado apenas em maio.

"Assinamos embaixo às conclusões do ipea. Também não acreditamos que haja tempo (para a conclusão das obras)", disse Mollo. O estudo do ipea provocou grande repercussão por denunciar as falhas no cronograma, sendo duramente criticado pelo próprio governo. O ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reduziu o documento a "recorte de jornais".

"Tanto o estudo do ipea quanto o nosso é fundamentado em números da própria Infraero e não em recorte de jornal. Certamente o ministro não leu o trabalho feito pelo ipea", afirmou Mollo à imprensa. "Os dois estudos não fazem nenhuma crítica, só apresentam os números." O novo estudo foi entregue ao presidente da Infraero, Antônio Gustavo do Vale, há 15 dias - ele foi convidado para participar da audiência pública no Senado, mas não compareceu.

A Infraero não se pronunciou sobre as críticas do SNEA. A recém-criada Secretaria de Aviação Civil, à qual a Infraero está subordinada, disse que iria tomar conhecimento do estudo para se manifestar. Os atrasos nas obras de aeroportos já irritaram a presidente Dilma Rousseff, que pretende voltar a discutir o assunto em reunião nesta sexta-feira com representantes da Infraero, da Secretaria de Aviação Civil, do Ministério do Planejamento e do BNDES.

Gestão
Até o final de 2010, apenas 5,47% dos recursos previstos no orçamento para os aeroportos tinham sido contratados pelo governo. Somente 2,15% do montante foi executado no período.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO / NOTIMP

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Aeroportos terão 'caos completo' em 2014, prevê sindicato de empresas

Representantes de sindicato e Ipea participaram de audiência no Senado. Para sindicato, só 3 aeroportos não estarão acima da capacidade em 2014.

A situação dos aeroportos brasileiros é "preocupante" e possivelmente os passageiros viverão um "caos completo" em 2014 por conta do aumento da demanda, segundo afirmou nesta terça-feira (26) José Márcio Monsão Mollo, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), entidade que reúne as principais companhias aéreas do país, como TAM, Gol, Azul e outras.

Durante uma audiência realizada na Comissão de Infraestrutura do Senado, o SNEA apresentou uma pesquisa com dados muito parecidos com o estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) há duas semanas.

Para o Ipea, 9 dos 13 aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 não ficarão prontos a tempo. O estudo diz ainda que, mesmo que as obras fossem realizadas, 10 dos aeroportos não conseguirão atender ao crescimento da demanda. A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, chegou a dizer que tem "confiança" de que o Brasil não vai "passar vergonha" com os aeroportos na Copa de 2014. "Como sempre, o Brasil vai fazer bonito", acrescentou ela.

"É uma situação muito preocupante não somente para a Copa, mas até 2020. Houve um aumento substancial do número de passageiros e aeronaves, e não houve evolução da capacidade instalada dos aeroportos. (...) Temos uma evolução de mais ou menos 10% ao ano. Em março, o crescimento foi de 25%, coisa que não ocorre nem mesmo na invejada China. Em 2010, já foi acima do previsto. Nossa previsão para 2014 é de mais de 260 milhões de passageiros. O que vai ocorrer é um caos completo, sem dúvida nenhuma", afirmou o presidente do SNEA, José Márcio Monsão Mollo.

De acordo com pesquisa do SNEA, mesmo se todas as obras previstas pelo governo forem realizadas nos aeroportos, ainda assim somente três dos 13 aeroportos com obras previstas não estarão acima de sua capacidade instalada em 2014: Galeão, Campinas e Manaus.

Já os demais aeroportos das cidades-sedes, segundo a pesquisa, vão estar acima de 100% da capacidade: Guarulhos, Brasília, Salvador, Confins, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Fortaleza, Natal e Cuiabá.

"Mesmo com todas as obras prometidas e concluídas, o que também não acreditamos, vamos ter um problema sério de movimento dos aeroportos brasileiros", afirmou José Márcio Monsão Mollo durante sua explanação na audiência pública.

O técnico do Ipea Carlos Álvares da Silva Campos Neto voltou a apresentar os dados do estudo divulgado no começo do mês e também destacou o argumento da alta da demanda.

"O plano de investimentos da Infraero apresenta a capacidade que os aeroportos terão. Apresentamos uma projeção de demanda conservadora. Com base no que a própria Infraero informa ser a capacidade e a projeção de demanda, mesmo que fosse possível as obras ficarem prontas, 10 dos 13 aeroportos das cidades-sede operariam acima de 100% da capacidade", afirmou.

"O setor aéreo tem que ser pensado 30 anos à frente, e infelizmente não chegamos perto disso. Nosso programa se atém a 2014 e 2016. As deficiências estão ocorrendo hoje. A demanda cresceu demais, os aeroportos estão do mesmo tamanho. Não precisamos aguardar 2014 para que o problema possa aflorar", completou Campos Neto.

O técnico do Ipea também afirmou a construção de novos terminais de passageiros demora de 6 a 7 anos. Isso porque. segundo afirmou, são cerca de 12 meses para o projeto, 38 meses para a liberação da licença do Ibama, e mais 36 meses de obras.

Na avaliação de Campos Neto, mesmo com a abertura de capital da Infraero ou a atração de capital privado para os aeroportos, não seria possível concluir as obras até 2014. Isso porque o processo de concessão exige normatização, demandaria tempo para modelagem, teria que ser feita audiência pública com anuência do TCU e o consórcio precisaria de tempo para se preparar. "A participação do setor privado demanda tempo e não pode ser considerada alternativa para 2014."

Durante a audiência, somente dois senadores se manifestaram, Mário Couto (PSDB-PA) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).

Couto questionou a ausência de representantes da Infraero na audiência pública. A presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), informou que a Infraero disse que vai comparecer no Senado juntamente com o novo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira.

A senadora Vanessa disse que entendia a ausência da Infraero, já que há pouco tempo passou a ser comandada pela nova secretaria, mas disse esperar que em duas semanas o governo esteja presente para dar explicações.

Fonte: PORTAL G-1 / NOTIMP

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Obras para Copa são insuficientes, alertam companhias aéreas

Estudo das empresas aponta que movimento de passageiros superará capacidade dos aeroportos, mesmo se todas as ampliações previstas se concretizarem.

Saturados, mesmo com obras

Estudo divulgado por empresas aéreas mostra que investimento em ampliações é insuficiente para atender demanda em 2014

Mesmo com as obras de ampliação previstas até 2014, os principais aeroportos brasileiros continuarão operando acima da capacidade, aponta novo estudo divulgado ontem. Em três anos, os terminais deverão receber 33 milhões de passageiros a mais do que o inicialmente previsto.

São esperados cerca de 225 milhões de passageiros nos aeroportos do país no ano da Copa do Mundo. A diferença equivale a mais de um aeroporto como o de Guarulhos, em São Paulo, considerando a capacidade atual do maior terminal nacional, de 20,5 milhões de usuários por ano.

Os números constam de estudo encomendado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) e realizado pela Coppe – instituto de pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa aponta que os investimentos de aumento de capacidade previstos pelo governo federal estão defasados.

– A demanda de passageiros requer um esforço maior do que o planejado. Há necessidade de uma intervenção adicional – afirma o professor de transporte aéreo da Coppe Elton Fernandes, responsável pelo estudo.

No aeroporto Salgado Filho, a demanda atual de 6,67 milhões de passageiros passará até 2014 para 9,8 milhões anuais – mais de 20% acima da projeção das companhias aéreas.

Para ampliação do terminal 1 do Salgado Filho estão previstos investimentos de R$ 345,8 milhões. Na próxima sexta-feira, a Infraero abrirá as propostas para a contratação dos projetos de engenharia. Com as obras, o terminal quase dobrará de tamanho, passando para 66,7 mil m² até 2014.

No entanto, na avaliação do estudo, a ampliação será insuficiente para atender a demanda de passageiros na principal rota do Mercosul – que cresceu 19,1% em 2010.

– O aeroporto de Porto Alegre é um ponto crítico do país, pois já opera acima da capacidade – avalia Fernandes, lembrando que hoje a demanda é atendida com a utilização do terminal 2 pelas companhias Webjet e Azul.

Diferentemente do estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea), divulgado há duas semanas, o levantamento encomendado pelo Snea não leva em conta o tempo médio necessário para a conclusão de obras aeroportuárias – considerando a realização da Copa do Mundo de 2014.

– A Copa será apenas uma gota d’água em um copo cheio. A questão a ser discutida é a reprogramação de obras diante de uma demanda que não para de crescer – diz Fernandes.

Snea projeta “caos completo”

O estudo do Snea foi apresentado na Comissão de Infraestrutura do Senado, ontem à tarde, em Brasília.

– O que vai ocorrer (no ano da Copa) é o caos completo – diz José Márcio Mollo, presidente do Snea.

O estudo dá a dimensão do aperto vivido pelos brasileiros nos aeroportos. Os terminais recebem 165 passageiros por m2, enquanto na Europa a média é 143, e nos EUA, 127. As obras previstas deverão adicionar perto de 400 mil m2.

Porém, com a previsão de demanda, o índice de aperto aliviaria pouco a situação, passando para 171 passageiros por m2. O estudo sugere que, para que os aeroportos brasileiros se adaptem à média mundial, seria preciso adicionar 366 mil m2 além das obras já previstas. Isso equivale a duas vezes a área de Cumbica.

A atualização das projeções de aumento de demanda leva em conta a mudança de patamar de crescimento do setor nos últimos dois anos. Antes, as empresas aéreas trabalhavam com previsão de expansão de 9,2% ao ano e agora estimam em 10,7%.

*Com agências de notícias

JOANA COLUSSI*

Para acelerar obras, Dilma vai privatizar terminais

Áreas ampliadas em aeroportos no centro do país deverão ter a exploração concedidas à iniciativa privada.

A medida, proposta pelo governo federal, será uma tentativa de acelerar a realização de obras nos terminais.

No início de maio devem ser lançados os editais propondo a concessão de Guarulhos (SP), Brasília e Campinas (SP). Para o fim de junho ou início de julho, será a vez de sair as propostas para Confins (Belo Horizonte) e Galeão (Rio de Janeiro). As concessões não devem incluir a exploração de espaços já administrados pela Infraero.

A decisão de fazer concessão de aeroportos a empresas privadas foi tomada pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, em reunião com representantes do setor e anunciada ontem pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

O total de investimentos estimados pela Infraero para esses cinco aeroportos é de R$ 3,987 bilhões. O modelo vinha sendo pleiteado pela iniciativa privada e a demora na realização das obras estava incomodando a presidente Dilma. As obras previstas incluem a construção de novos terminais de embarque, reformas e modernização.

Pelo modelo de concessão, a empresa vencedora da licitação executa a obra necessária e em contrapartida explora comercialmente o aeroporto, com aluguel de lojas.

– Queremos combinar a urgência das obras com a necessidade de investimento público e privado para que a gente possa dar resposta a essas questões no menor espaço de tempo possível – disse Palocci.

Fonte: ZERO HORA / NOTIMP

Foto: Andomenda








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