Brasil precisa de mais 366 mil m2²de terminais para Copa
Renée Pereira .
Para atender ao forte crescimento da demanda nos aeroportos e alcançar padrão internacional, o Brasil terá de construir mais 366 mil metros quadrados (m²) nos 16 terminais localizados nas cidades-sede da Copa do Mundo. Essa expansão teria de ser acrescentada aos cerca de 400 mil m² previstos pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para o evento esportivo de 2014. Ou seja, no total, o País necessita de 766 mil m² de área nova em terminais. Os dados constam de estudo preparado pela Coppe (instituto de pós-graduação em engenharia da UFRJ), em parceria com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
O trabalho mostra que as previsões da Infraero estão aquém da realidade nacional e do boom econômico que elevou o poder aquisitivo da população de classes mais baixas. Muitas famílias que nunca haviam viajado de avião descobriram o transporte aéreo não só para viagens nacionais como também internacionais por causa da desvalorização do dólar. O grande problema é que essa descoberta não foi acompanhada de investimentos de peso na infraestrutura. O resultado é o caos diário dos aeroportos, que estão com a capacidade estrangulada.
Em alguns terminais, a movimentação de passageiros já superou até mesmo aquela prevista pela Infraero para o ano da Copa, como é o caso do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. De acordo com estudo da Coppe/UFRJ, a expectativa da Infraero para 2014 era de 15 milhões de passageiros. Mas, no ano passado, o aeroporto já havia movimentado 15,5 milhões de passageiros. "O governo precisa rever seus planos, que foram feitos com base em números antigos", avalia o professor da Coppe, Elton Fernandes, responsável pelo trabalho.
No Aeroporto Internacional de Guarulhos, a situação não é diferente. No ano passado, a movimentação de passageiros foi de 26,8 milhões de pessoas - pouco abaixo da previsão da Infraero para 2014, de 27,3 milhões. Segundo o trabalho, a demanda no ano da Copa será de 37,2 milhões de passageiros.
Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO / NOTIMP