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AF447: Parentes de vítimas do voo AF 447 pedirão a Dilma que brasileiros acompanhem resgate de destroços



Janaina Garcia .

A possibilidade de que brasileiros acompanhem os trabalhos de resgate dos destroços do voo AF 447 da Air France, a partir da próxima terça-feira (26), na costa do Recife (PE), será o pedido principal a ser feito à presidente Dilma Rousseff, na próxima segunda-feira (25), caso a mandatária aceite se reunir com representantes das famílias de 58 brasileiros mortos no acidente de 31 de maio de 2009.

Ao todo, 228 pessoas, de 32 nacionalidades, morreram na tragédia durante o percurso Rio-Paris. A solicitação de audiência com Dilma foi formalizada nesta segunda-feira (18) pelo presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho.

Recém-chegado da França, Marinho afirmou que, em reunião semana passada com a Secretaria dos Transportes da França e o Escritório de Investigação e Análise (BEA), órgão responsável pelas buscas, a associação foi surpreendida com a notícia de que não poderia acompanhar o resgate em território brasileiro já que o caso corre sob segredo de Justiça. O navio Ile-de-Sein, pertencente à companhia Alcatel-Lucent, deixará o Cabo Verde em direção ao local do acidente nesta quinta-feira (21).

Segundo Marinho, até a reunião da semana passada, estava convencionado com o governo francês que as associações de familiares de vítimas brasileira, alemã e francesa acompanhariam o resgate em períodos alternados: cada uma aportaria sete dias no navio na observação dos trabalhos.

“Na última reunião com o ministro francês dos Transportes isso foi rejeitado. Vamos pedir à presidente Dilma que possa haver um observador brasileiro presente nesses trabalhos, os acompanhando, pois não apenas é um dever do Brasil nos defender, pois foram 58 brasileiros vitimados, como há um fator importante que não pode ser desmerecido: o governo francês é dono da Air France e da Air Bus”, afirmou Marinho.

Na última sexta (15), ele encaminhou ofício ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, pedindo isenção da França nas investigações. Para tal, defendia que as caixas-pretas da aeronave, uma vez localizadas, fossem encaminhadas para investigação nos Estados Unidos.

“Temos também a preocupação de que possam levar eventuais corpos resgatados para a França, e, para que não aconteçam ainda mais danos, o ideal é que se faça o trabalho no IML (Instituto Médico Legal) em Recife. Mas até as fotos dos corpos eles têm nos negado, sob pretexto de segredo judicial”, disse o representante das famílias brasileiras. “Precisamos que o governo brasileiro se posicione quanto a isso, sem contar que as famílias não foram indenizadas --e a Air France o foi pela perda de sua aeronave, quatro meses após o acidente-- e sequer tiveram acesso aos objetos de seus familiares”, citou.

Buscas

Na última segunda-feira (11), em nota, a Secretaria dos Transportes da França informou que a ênfase nos trabalhos de busca do voo AF 447 no oceano Atlântico seria dada ao resgate de destroços da aeronave. Posteriormente, à imprensa brasileira, o órgão admitiu que justificativa era a de que corpos ou restos mortais poderiam não suportar as ações de içamento e serem ainda mais prejudicados.

As buscas serão efetuadas com o auxílio de um robô-submarino operado remotamente, pertencente ao grupo norte-americano Phoenix International.

Cenipa

Amanhã (19), o Comando da Aeronáutica vai informar em coletiva na sede do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília, como será a participação do órgão nos trabalhos de investigação do acidente com o voo AF 447. Segundo a assessoria da Aeronáutica, as informações serão prestadas pelo coronel Luís Cláudio Lupoli, o qual “apresentará um panorama de como está sendo realizado o trabalho do Le Bureau d"Enquêtes et d"Analyses (BEA)” pouco antes de viajar para a França, onde acompanhará os trabalhos pelas buscas em alto-mar.

Para o representante das famílias, o acompanhamento do órgão de investigação é crucial na investigação. “Isso também será pedido à presidente na audiência solicitada; temos um inquérito criminal em curso desde 2009 e precisamos do apoio do Cenipa para que a Procuradoria da República em Recife faça a leitura de um relatório-denúncia”, finalizou Marinho.

Fonte: PORTAL UOL / NOTIMP

Foto: Pawel Kierzkowski








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