Ocidente e Oriente caminham para equilíbrio armamentista
Para Instituto, Brasil é forte concorrente no mercado de defesa.
Os cortes nos orçamentos militares das potências ocidentais e o aumento da verba destinada à compra de armamentos por governos na Ásia, no Oriente Médio e na América Latina estão começando a redesenhar o equilíbrio mundial de poder. Essa é a conclusão do Balanço militar Global 2011, o conceituado anuário do IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), lançado ontem em Londres.
Segundo o IISS, potências como os EUA e o Reino Unido estão sendo obrigadas a cortar gastos militares devido ao quadro mundial de estagnação econômica. Já outros governos têm reforçado suas casernas por conta de ameaças geopolíticas (representadas, por exemplo, pelo Irã) e também devido à crescente projeção de poder da China na Ásia.
Segundo o anuário, em 2010, os EUA gastaram US$ 693 bilhões (4,7% de seu PIB) com defesa. Já os gastos da China foram de US$ 76 bilhões (1,3% de seu PIB). Mas, enquanto os EUA reduzem a verba, os chineses investem. Segundo o diretor geral do IISS, John Chipman, se as tendências de gastos se mantiverem nos próximos anos, a China será capaz de obter uma paridade militar com os EUA em 15 ou 20 anos.
AMÉRICA LATINA
A América Latina é retratada em destaque pela IISS, como uma área em que o crescimento econômico teria permitido o aumento de investimentos em áreas militares. O Brasil é pintado como o gigante do continente - responsável por 50% dos gastos (US$ 26 milhões), a maioria na aquisição de tanques e helicópteros de combate. O país também figura como concorrente das potências no mercado de produtos de defesa, ao lado de China, Rússia, Cingapura, África do Sul e Coreia do Sul.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP