Militares são recepcionados depois de voltar do Haiti
Familiares receberam militares que passaram seis meses no Haiti.
Solenidade aconteceu no Setor Militar Urbano de Brasília.
Militares participam de solenidade de recepção
nesta quinta (3) (Foto: G1)
Um grupo de 77 militares brasileiros que atuaram durante seis meses na Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti foi recepcionado nesta quinta (3) em uma unidade do Exército em Brasília.
Do Distrito Federal, de Goiás e de Minas, eles chegaram no último domingo junto com outros 53 que desembarcaram em Boa Vista (RR). Desde então, permaneceram na unidade militar para se submeter a exames médicos e só foram liberados para voltar para casa nesta quinta.
Claudia Bezerra foi ao batalhão receber o marido, o capitão Helder Bezerra. “No começo foi muito complicado. Ficamos em Brasília, eu e nossa filha, mas pensei no crescimento profissional dele”, conta Claudia. Ela diz que a filha, de 7 anos, “falava do pai todos os dias”.
Claudia e Helder Bezerra se reecontraram depois
de seis meses (Foto: G1)
Bezerra afirma que ficou “superempolgado” com a possibilidade de ir ao Haiti, e que já tinha ouvido relatos de companheiros que voltaram de lá.
“Procuramos ajudar o país da melhor forma possível. A intenção é que eles se espelhem no Brasil”, diz. Bezerra afirma estar satisfeito por poder “se doar em prol da constituição de uma nação”.
Religião
O tenente-coronel capelão Frei Hercules afirmou que, no Haiti, “vive-se em um estado de alerta constante”. “Isso porque estávamos em uma terra que nos é estranha, com pessoas e olhares diferentes.”
“Não tem como voltar a mesma pessoa. Todos retornamos diferentes pelo que fizemos lá, pelo que vimos, pelo que realizamos. O grau de amadurecimento é muito grande”, disse.
Carioca, ele disse que já decidiu o que vai fazer nos 15 dias que terá de folga: “Vou para a praia”.
Helen Trindade é a única mulher do último grupo
que chegou ao Brasil (Foto: G1)
Cólera
A única mulher do grupo é a técnica de enfermagem Helen Trindade, que serve o Exército em Uberlândia (MG).
Ela contou que orientou muitos haitianos sobre o cólera, principalmente em escolas e orfanatos. Segundo a militar, a realidade que encontrou é diferente daquela que esperava antes de chegar ao Haiti. “É muito pior.”
“Fiquei chocada com a questão da sujeira. Você vê porcos e bebês uns ao lado dos outros."
Substituição
O mesmo avião que trouxe o grupo levou outros 130 militares para o Haiti. Eles prestarão serviço no país durante seis meses.
De acordo com a assessoria de imprensa do Comando Militar do Planalto, 2.200 militares brasileiros atuam, hoje, no Haiti.
Fonte: PORTAL G-1 / NOTIMP