Maior disputa na aviação
O acordo com efeitos mais práticos é o que libera a concorrência nos céus dos dois países para as companhias de aviação. A ideia é que sejam criadas novas rotas Brasil-EUA, mais linhas e que os preços das passagens sofram redução. Acabou, por exemplo, o limite no número de linhas entre os dois países. Hoje, para cada uma que é explorada por uma empresa brasileira, outra necessariamente tem de ser operada por uma americana. Essa restrição deixará de existir a partir de 2015.
Segundo o documento redigido no final da visita do presidente norte-americano, o acordo é para “tornar possível para as empresas aéreas oferecer ao público usuário de passagens e carga variedade de opções de serviço, e desejando encorajar as empresas aéreas a individualmente desenvolver e implementar preços inovadores e competitivos”.
O acordo diz que as empresas aéreas de cada país poderão operar voos em qualquer ou em ambas as direções, combinar diferentes números de voos na mesma operação, transferir tráfego entre quaisquer de suas aeronaves, em qualquer ponto, efetuar paradas em quaisquer pontos dentro ou fora do território de qualquer parte, entre outras coisas.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, lembrou que medidas semelhantes já haviam sido adotadas com a União Europeia: “Você abre o mercado com esse acordo, com mais linhas. E, assim, os preços das passagens devem cair”.
Na opinião do diretor da Amcham-Brasil Eduardo Fonseca o acordo que determina o “open skies” (céus abertos, em inglês) visa preparar o mercado entre EUA e Brasil para as Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro. “Mas a movimentação das empresas deve começar já. É possível prever impactos já para a Copa do Mundo de 2014”.
Ainda no setor de aviação, outro dos dez acordos assinados deseja estimular as pesquisas na criação de um biocombustível para aviões. A ação foi comemorada pela Unica. De acordo com um comunicado oficial da entidade, diversas empresas estão desenvolvendo combustíveis para a aviação baseados na cana-de-açúcar.
O primeiro voo de um jato movido a querosene de aviação produzida a partir da cana está programado para 2012. Trata-se de uma iniciativa da fabricante de jatos regionais Embraer, da indústria de turbinas General Electric e da empresa de biotecnologia Amyris, desenvolvedora do combustível.
Os grandes esportivos marcaram presença direta nos acordos firmados entre os dois países. Os EUA se comprometeram a fornecer consultorias e auxílio na elaboração de projetos de infraestrutura e segurança, além de apoio na estruturação de políticas de turismo, para que o Brasil aproveite ao máximo os lucros gerados pela Copa e Olimpíadas.
Estão na agenda visitas às 12 cidades que serão sedes da Copa em 2014, consultas entre representantes governamentais, promoção de parcerias público-privadas (PPPs), missões comerciais e capacitações em ensino de inglês a empreendedores de micro ou pequeno porte.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO / NOTIMP
Foto: Andomenda