Empresas recusam, e horário de Congonhas não será reduzido
Anac e Infraero também rejeitaram acordo que Justiça propôs; juiz decidirá caso, sem prazo.
Ricardo Gallo.
O governo federal e as companhias aéreas não aceitaram a redução em uma hora da operação do aeroporto de Congonhas (zona sul).
Por conta do barulho dos aviões, a Prefeitura de São Paulo e moradores do entorno do aeroporto defendem que Congonhas passe a abrir às 7h, e não às 6h, como hoje.
Ontem, uma audiência na Justiça tentou, sem êxito, mediar um acordo.
Foi a etapa final de uma grupo formado por iniciativa da Justiça, nove meses atrás, para sanar um impasse que se arrasta desde 2007, quando moradores entraram com ação sobre o assunto.
Sem conciliação, caberá à Justiça decidir se a restrição acontecerá -a sentença pode levar anos para sair.
Na prática, Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Infraero (estatal que administra aeroportos) e aéreas ganham tempo para manter Congonhas em operação nos moldes atuais, das 6h às 23h.
O trio mal cedeu durante o grupo de trabalho; houve apenas a mudança de lugar da checagem de motores, o que diminuiu o barulho para a vizinhança do aeroporto.
Moradores e prefeitura, por sua vez, haviam aceitado, em 2010, que o aeroporto fechasse por uma hora -e não duas, como pleiteavam.
A Anac está produzindo um levantamento sobre o barulho na vizinhança. A agência verificará também se o isolamento acústico das casas resolve o problema.
Na tentativa de um acordo, o Ministério Público Federal propôs um cronograma para que empresas, a Anac e a Infraero se comprometessem a implantar a redução de horário. Ninguém se manifestou.
A agência elaborou relatório, antecipado pela Folha anteontem, em que sustenta ser inviável a mudança.
Entre as razões está a saturação de aeroportos próximos, prejuízos às empresas (R$ 206 milhões/ano) e à Infraero (R$ 25 mi/ano) e impacto à malha aérea do país.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP
Foto: Agencia Brasil