FX-2: Consórcio que disputa caças fecha acordos com empresas
Iara Oliveira.
São José dos Campos - O consórcio Rafale assinou esta semana mais dez cartas de intenção com empresas brasileiras como parte da proposta de transferência de tecnologia com a qual o grupo francês disputa a concorrência dos caças (FX-2). Os novos pré-acordos foram negociados durante encontro com empresas do setor aeroespacial na cidade de São José dos Campos, na última quarta-feira.
O evento reuniu 11 empresas francesas e mais de 60 empresas brasileiras, além de institutos de ensino e pesquisa. O consórcio Rafale é formado pelas empresas Dassault, Snecma e Thales, e concorre com o jato Rafale. A apresentação das oportunidades de parceria entre empresas e institutos de pesquisa do Brasil e da França foi feita durante o seminário "Tecnologias do Grupo Rafale para a região de São José dos Campos - Educação, P&D e Inovação", no Parque Tecnológico.
"As parcerias que estamos propondo não são apenas com as três empresas do consórcio e também estamos envolvendo as instituições acadêmicas porque para receber tecnologia, as empresas brasileiras necessitam de mão-de-obra capacitada", disse Jean-Marc Merialdo, diretor da Dassault Aviation. A proposta do consórcio na licitação dos caças envolve a transferência de 27 tecnologias, sendo que 20 são de aplicação aeronáutica (tecnologia de aeronave de combate, sistemas de guerra eletrônica e comunicações, entre outras). Antes das novas propostas de acordo, o consórcio Rafale tinha 39 cartas de intenção assinadas com empresas e institutos de pesquisa brasileiros envolvendo 67 projetos. A proposta francesa inclui a produção das asas do Rafale pela indústria brasileira.
Orçamento
"É importante que os investimentos do governo na área de defesa tenham garantia de continuidade, o grande problema tem sido casar a pesquisa e o desenvolvimento com a produção industrial", disse o ministro após conhecer alguns dos principais projetos em andamento no Parque Tecnológico. O ministro afirmou que a proposta de um orçamento mínimo para investimentos e compras governamentais de produtos de defesa deverá constar do Plano Diretor do Ministério da Defesa, que já está em fase de elaboração.
"Todos estes projetos [desenvolvidos no Parque Tecnológico] envolvem também investidores. Empresários e investidores precisam ter a garantia de que o produto será comprado", disse o ministro. Entre outros, Nelson Jobim conheceu os projetos da Flight Technologies, entre eles o veículo aéreo não-tripulado (vant). A aeronave tem aplicações civis e militares.O Exército Brasileiro é um dos clientes da empresa.
"Tivemos uma oportunidade única, pois a visita do ministro Jobim abre um canal de comunicação muito importante com o Ministério da Defesa e pudemos mostrar nossos projetos e estratégias", afirmou Nei Brasil, diretor da Flight Technologies. A empresa é o resultado de uma política do governo de investimento em incubadoras, segundo Brasil. "Um dos principais desafios da empresa agora é a consolidação da nossa posição no mercado."
Suporte
Desde sua criação, a empresa dá suporte ao desenvolvimento de sistemas robóticos em projetos do Ministério da Defesa e participa do Projeto Vant, do Departamento sob Gerência do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Fonte: DCI / NOTIMP