Defesa: Brasil perde mais duas empresas estratégicas
Pouco a pouco, as empresas brasileiras ligadas à tecnologia bélica e aeronáutica estão sendo vendidas para o exterior. O Brasil não tem proteção contra isso, ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos, como a França - onde uma lei impede tais transferências de controle. Segundo informações de Defesa Net, a empresa israelense Elbit Systems adquiriu as brasileiras Ares Aeroespecial e Defesa S/A e a Periscopio Equipamentos Optronicos S/A, ambas localizadas em Duque de Caxias (RJ).
A Elbit já é proprietária da Aeroeletrônica, empresa que trabalha com a Embraer na modernização dos caças F5 da Força Aérea Brasileira (FAB). Em nota oficial, divulgada em Jerusalém, a Elbit informa - talvez com um toque de ironia - que os antigos donos brasileiros vão continuar a trabalhar nas empresas compradas, como executivos. O controle, no entanto, passa para o exterior.
A mais relevante das empresas vendidas é a Ares. Criada em 2003, hoje a empresa se dedica tanto à produção seriada em larga escala de material de defesa, quanto à engenharia de projeto multidisciplinar envolvendo diversas tecnologias tais como óptica, mecânica fina, eletrônica e software.
Quando o PSDB lançou seu programa de privatização, o Partido dos Trabalhadores (PT) fez duras críticas, alegando que o centro de decisão não poderia ser transferido para o exterior. Mas, desde 2003, não se vê qualquer esforço para manter sob controle nacional pequenas e médias empresas brasileiras da área de tecnologia e defesa.
Fonte: MONITOR MERCANTIL / NOTIMP