Anac quer punir a TAM

Jorge Freitas.
Especial para o Correio.
Às vésperas de uma nova rodada de negociações entre empresas aéreas, aeronautas e aeroviários, passageiros amargaram, até as 19h de ontem, índices de 16,9% de atraso nos voos em todo o Brasil. Do total de 2.132 decolagens programadas, 360 extrapolaram o prazo de 30 minutos de tolerância. Nem mesmo o anúncio do ministro da Defesa, Nelson Jobin, de que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está disposta a multar a TAM por conta da impontualidade intimidou a empresa, que liderou a demora, com 170 voos fora de hora (23,9%). A Webjet teve 36,5% de impontualidade. No Aeroporto Internacional de Brasília, 37% das decolagens foram feitas após o permitido.
Cautela
Embora o ministro Nelson Jobim tenha dito que a Anac estuda a redução no número de voos da TAM, após a série de atrasos ocorrida no início do ano, os técnicos da agência agem com cautela, porque não desejam punir a empresa e ter um revés na Justiça, abrindo uma brecha para outras empresas se beneficiarem. Os inspetores que trabalharam até sexta-feira na área operacional da TAM para verificar eventuais irregularidades da empresa e dos funcionários estão terminando os relatórios.
A Anac avalia como agravante o fato de a empresa atuar de forma “muito pouco transparente, causando dor de cabeça em todo mundo, inclusive no novo governo”, segundo técnicos da agência. Mas busca uma forma de punir a companhia, deixando claro que a situação não pode se repetir, sem correr o risco de deixá-la fora do mercado.
O secretário do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sérgio Dias, afirmou que a TAM não planejou a operação para o fim do ano, quando estava prevista a demanda que incorpora os passageiros das classes C, D e E, e mantém a ocupação dos voos domésticas elevada. Na reunião marcada para amanhã, há expectativa de acordo entre as empresas e os trabalhadores em torno do reajuste das categorias.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP
