Secretaria anima a aviação
Rio – A criação de uma secretaria especial de aviação civil, ligada ao gabinete da Presidência da República, foi bem recebida pelo setor – tanto do ponto de vista das empresas, quanto do sindicato. A visão é de que há desorganização e falta de planejamento. E de que a intervenção direta da presidente eleita, Dilma Rousseff, reunindo sob a mesma pasta a Agência Nacional de Aviação Civil e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a Secretaria de Aviação Civil, poderia dar novo rumo ao setor.
"É uma estratégia para esse momento de emergência, em que não se conseguiu articular a aviação civil com os instrumentos que se tem. A aviação civil ficou numa espécie de limbo e não sofreu ação efetiva durante esses anos", afirma Elton Fernandes, especialista em aviação civil e professor da Coppe (pós-graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Para Fernandes, a desorganização do sistema ocorreu quando a Agência Nacional de Aviação Civil foi criada com caráter regulador, deixando de lado o planejamento. Em janeiro, o professor apresentou estudo, feito em parceria com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que apontava que as obras eram insuficientes para resolver o setor. "Eu diria que a situação se agravou. A média de crescimento de passageiros foi na faixa de 20%. E isso não estava previsto."
Fernandes ressaltou, no entanto, que a secretaria subordinada ao gabinete presidencial deve ser intervenção pontual. "O transporte aéreo tem que encontrar seu caminho dentro da área de transporte". Para o brigadeiro Allemander Pereira, consultor do Snea e ex-diretor da Anac, a criação da secretaria deve vir acompanhada da nomeação de diretores "com formação acadêmica e experiência profissional". "A presidente está bem direcionada para não permitir que haja influência política. A criação dessa pasta mostra que ela tem visão exata da dimensão dos problemas que temos". A possibilidade do reordenamento do setor também foi citada como vantagem pelo presidente do Sindicato dos Aeronautas, comandante Gelson Fochesato.
Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP