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Rio: Exército quer evitar "contaminação" da tropa









O Comando do Exército propõe que haja um sistema de rodízio de oficiais e soldados quando a participação das Forças Armadas na operação de pacificação do Rio de Janeiro for oficializada.

Conforme a Folha apurou, o objetivo é evitar a possibilidade de "contaminação" dos soldados com um longo período de contato direto com a população civil, inclusive com marginais e traficantes.

Como a maioria dos 800 militares do Exército que atuaram originalmente no Rio teve experiência em combate à violência urbana no Haiti, o rodízio deverá ser prioritariamente entre os cerca de 15 mil oficiais e soldados que passaram pelo país desde o início das operações, em maio de 2004.

O Exército tem, no total, em torno de 150 mil homens.

Há, porém, uma diferença fundamental entre as duas missões: os soldados destacados para o Haiti eram voluntários e ganhavam um atrativo financeiro, enquanto as tropas no Rio não têm nenhuma das vantagens.

Há também o problema de que os homens que passaram pelo Haiti estão divididos em unidades espalhadas pelas várias regiões do Brasil e não será fácil reuni-los.

A alternativa é centrar o foco nos que estão baseados no Comando Militar do Leste, que engloba Rio, Minas e Espírito Santo.

Além disso, o Rio possui unidades que são vinculadas diretamente ao Comando de Operações Terrestres, chefiado pelo general Antônio Gabriel Esper e responsável pelo detalhamento de toda a missão militar no Rio.

Uma delas é a 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, com cerca de 3.500 homens.

Até aqui, a participação do Exército é restrita a fiscalizar o "perímetro", que significa controlar a entrada e saída do Alemão e da Vila Cruzeiro.

Se estendida por meses, tenderá a se tornar cada vez menos militar e mais policial.

Comunicação
Até ontem, no início da noite, o Exército ainda não tinha recebido uma comunicação oficial sobre a ampliação do prazo, mas o planejamento da ação já está desenhado, até porque a Força atuou na GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no Estado pelo menos três vezes antes.

Apesar das restrições iniciais, especialmente por não assumir o comando geral das operações, o Exército avalia agora que a entrada no Rio tem reflexos muito positivos na imagem da instituição.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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