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FX-2: Decisão sobre caças da FAB ficará para a gestão Dilma








Rafale

Gripen

FA-18

A presidente eleita, Dilma Rousseff, adiou para o próximo governo a decisão sobre a compra dos caças para renovação da frota da FAB.

Dilma pediu tempo para estudar a questão, já que há divergências no próprio governo.

O ministro Nelson Jobim (Defesa) prefere o caça francês Rafale; a FAB, porém, indicou em primeiro o sueco Gripen NG.

A presidente eleita Dilma Rousseff adiou para o próximo governo a decisão sobre a compra dos caças para a renovação da frota da FAB (Força Aérea Brasileira).

Conforme a Folha apurou, Dilma se reuniu anteontem com o presidente Lula e ontem com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ocasião em que pediu tempo para estudar melhor a questão, já que há divergências dentro do próprio governo. Em entrevista concedida à TV Brasil, na noite de ontem, Lula afirmou que fará o que Dilma decidir. "É uma dívida muito grande, uma dívida de longo prazo com o Brasil. Se a Dilma disser que pode fazer naqueles termos que estavam acordados, eu farei. Mas se ela falar: "Presidente, vamos deixar eu discutir no próximo ano", eu a deixo fazer", disse o presidente Lula.

O processo de escolha foi iniciado ainda no governo Fernando Henrique (1995-2002), sob a sigla FX, mas acabou sendo suspenso e recomeçado no segundo mandato de Lula, já como FX-2. Tudo o que a Aeronáutica não queria era um novo adiamento, por temer que Dilma, refratária a assuntos e a gastos relacionados à área militar, empurre a decisão mais uma vez com a barriga.

Um dos problemas é que Jobim prefere o caça Rafale, da francesa Dassault, enquanto o relatório da FAB, com 27 mil páginas, indicou em primeiro lugar o Gripen NG, da sueca Saab. O outro concorrente é o americano F-18, da Boeing.

Ontem, Dilma se reuniu por quase três horas com Jobim, que será mantido no cargo, e lhe pediu documentos sobre o processo.

Conforme a Folha apurou, ele entregou o seu parecer, mas não o relatório da Aeronáutica. A expectativa de oficiais é que ela agora peça também a avaliação da FAB. Até porque o argumento político pró-Rafale se enfraqueceu bastante após o presidente francês, Nicolas Sarkozy, se aliar aos EUA, contra o Brasil, na votação do acordo nuclear do Irã na Organização das Nações Unidas.

Na reunião com Jobim, Dilma discutiu também a reformulação em curso da área de Defesa, com a criação de uma secretaria especial para tratar de aviação civil. O Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), que é comandado por oficiais militares, continuará a ser vinculado ao Comando da Aeronáutica.

A presidente eleita vai anunciar entre hoje e amanhã os nomes de Jobim para continuar na Defesa e do embaixador Antônio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP

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Turbulência

Eliane Cantanhêde

Aconteceu o que o Comando da Aeronáutica mais temia: FHC alegou falta de dinheiro, Lula foi incapaz de decidir e a compra dos caças ficou para o próximo governo, de Dilma Rousseff. Se é que haverá alguma compra.

O cenário não é animador para a FAB, pois Dilma não entende e não gosta de Forças Armadas, mas entende e gosta de fazer contas. Uma conta que não fecha é querer comprar 36 aviões de caça em meio ao anúncio de um ajuste fiscal.

O que emperrou a decisão foi a divisão dentro do próprio governo: Jobim, Amorim e a área política do Planalto sempre preferiram o Rafale, francês, mas o relatório de 27 mil páginas da FAB indicou o Gripen NG, da Suécia, também apoiado pela Embraer e por setores sindicais ligados a Lula em São Paulo.

Com o impasse, nem o Rafale, nem o Gripen NG, nem o F-18 dos EUA conseguiu decolar. Ficaram todos em solo, com os brigadeiros a ver navios. Esse é o pior dos mundos para eles, que, a esta altura, queriam um avião, não importando mais se francês, americano ou sueco. Qualquer um servia.


Pelo lado de Lula, a preferência pelos Rafale murchou na mesma proporção em que o encanto pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, se esvaiu. A opção pelos caças da Dassault se justificava no contexto da "parceria estratégica com a França". Mas que parceria é essa se Sarkozy se uniu aos EUA contra o Brasil na votação do programa nuclear do Irã na ONU? Lula magoou.

Ficou difícil explicar por que escolher o Rafale, se é o avião mais caro dos três, nunca foi vendido para ninguém (exceto o governo da própria França) e não se encaixa mais no contexto do casamento Lula-Sarkozy. O risco de Jobim, que vai continuar ministro, é ficar falando sozinho a favor do caça francês.

Dilma tomou uma decisão correta, apesar da paúra dos militares. Como técnica, deverá tomar uma decisão também técnica.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP

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Lula: vaga no Supremo e novos caças são decisões de Dilma

Com menos de um mês restante no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira, que pretende deixar certas decisões para sua sucessora, Dilma Rousseff, entre elas a indicação de um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Durante entrevista à TV Brasil, Lula disse que quer resolver o impasse da extradição do italiano Cesare Battisti e fará o que puder para facilitar o primeiro ano do governo Dilma, entretanto, afirmou que está ouvindo a presidente eleita sobre assuntos que dizem respeito aos dois mandatos. O italiano Battisti é acusado de ter cometido quatro assassinatos em seu país de origem. Foi preso no Rio de Janeiro em 2007, mas pediu asilo ao Brasil. O Supremo Tribunal (STF) autorizou sua extradição, mas a palavra final ainda cabe ao presidente Lula.

Segundo ele, a decisão sobre a extradição de Battisti depende apenas do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que ele espera receber ainda neste mês. "Esse é um assunto em que tanto eu posso tomar uma decisão agora ou deixar para a presidenta tomar. Eu preferiria tomar agora. Se o parecer estiver pronto, decido agora para não deixar esse assunto (pendente), que é sempre amargo".

A indicação de um novo ministro que ocupe a vaga deixada por Eros Grau à frente do STF deve ficar para Dilma, segundo Lula, que disse que preferiu esperar as eleições e ainda vai conversar com Dilma sobre a indicação. Para o presidente, "não há muita pressa" em decidir o nome, porque o tribunal entrará em recesso nos próximos dias e só voltará aos trabalhos em fevereiro de 2011.

Dilma também deve decidir sobre a compra de aviões de combate para a FAB. "É uma dívida muito grande, é uma dívida de longo prazo para o Brasil. Eu poderia assinar e fazer um acordo com a França, mas não vou fazer", afirmou Lula. Segundo ele, a decisão sobre os caças franceses ainda depende de parecer do Conselho Nacional de Defesa.

O presidente disse ainda que a FAB também será consultada sobre outra compra, a de um novo avião presidencial. Para ele, não há "nenhum problema" em comprar uma nova aeronave e afirmou que, apesar das críticas, o avião comprado em seu primeiro mandato ajudou o Brasil a fortalecer a política externa porque possibilitou mais viagens internacionais. "Acho que o Brasil precisa de um avião melhor. Se vai comprar agora ou não, acho que é uma coisa que a Dilma vai decidir. Eu não teria nenhum problema em comprar".

Lula também afirmou que vai sugerir para Dilma uma nova legislação para o marco de telecomunicações do Brasil e que sua sucessora terá o desafio de representar as mulheres no poder. "Vou sair consciente de que cumpri o meu dever, de que fizemos muitas coisas e ainda temos muitas a fazer, mas consciente de que o Brasil melhorou muito nesses últimos oito anos".

Fonte: PORTAL TERRA, via NOTIMP




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