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Empresas desdenham de ameaça de greve






Para companhias aéreas, contratações recentes permitiriam a continuidade das operações.

Rosana Hessel.

As companhias de aviação apostam em uma baixa adesão para uma possível greve dos aeronautas (profissionais de bordo) e dos aeroviários (de terra) caso a reunião de hoje com o sindicato, para a negociação salarial, termine novamente sem acordo. Nos últimos meses, houve uma série de contratações com o objetivo de atender o forte crescimento do número de passageiros no país. Mas a chegada de funcionários tem sido insuficiente para evitar os atrasos nos aeroportos, atribuídos à falta de planejamento nas escalas de voos. A expectativa é que os recém-admitidos não paralisem as atividades, enfraquecendo o movimento sindical.

Caso não haja um acordo no encontro com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), é possível que as categorias decretem a greve, com a paralisação atingindo o ápice no Natal. “A empresas estão tendo lucros sucessivos nos últimos anos e só perdem para a China em rentabilidade. Está na hora de elas repartirem um pouco desses lucros com os funcionários”, afirmou o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo, Reginaldo Alves de Souza.

Proposta

Enquanto os trabalhadores pedem um reajuste de 30% para quem ganha o piso de R$ 704,39 e de 15% para os demais, as companhias aéreas propõem o aumento só com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses, de 5,5%. O Snea não deve melhorar a proposta, uma vez que, se o caso parar na Justiça, o máximo que os trabalhadores conseguirão será o indicador mais, no máximo, 1% ou 2%.

O sindicato dos aeroviários paulista realizou ontem uma manifestação no Aeroporto de Congonhas (SP), um dos mais movimentados do país, entre 5h e 7h30. “Provocamos atrasos em 30% dos voos na parte da manhã”, informou Souza. Ontem, aeronautas e aeroviários divulgaram uma carta conjunta denunciando o desrespeito das empresas com trabalhadores e passageiros. “A Anac não fiscaliza os abusos das empresas e não pune adequadamente”, disse o coordenador regional do Centro-Oeste, José Fernandes dos Reis.

Os atrasos nos aeroportos serão objeto de uma audiência pública no Congresso, no dia 15.

Céus abertos

O Brasil e os Estados Unidos concluíram a negociação de um acordo bilateral que derruba restrições de voos entre os dois países. Atualmente, existe um limite de 154 frequências (ida e volta) semanais para cada lado. Os EUA usam 100% do permitido, com as companhias American Airlines, Delta, Continental e United. A única brasileira a operar nessa rota é a TAM, que ocupa 70% do teto. Com o acerto, o aumento do número de voos será gradual a partir de 2011, perdendo qualquer limitação em 2015. Caberá às empresas solicitar a ampliação. A medida precisa ser ratificada pelo Congresso e pelo Ministério das Relações Exteriores.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP




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