'Confio mais no meu ministro', diz presidente

Lula diz que não dá crédito a declarações de ex-embaixador dos EUA e crê na "amizade" entre Jobim e Guimarães.

Preocupado com a polêmica criada com a divulgação de telegramas da diplomacia americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o primeiro contato ontem com jornalistas para reduzir a importância do conteúdo das conversas vazadas sobre o governo brasileiro pelo site WikiLeaks.

"Eu acho que as coisas que vi são insignificantes, que não merecem ser levadas a sério", disse. "Na verdade, não sou obrigado a acreditar num telegrama do embaixador americano."

A pedido do presidente, assessores do Palácio do Planalto colocaram um púlpito para ele falar com os jornalistas numa tenda armada no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Estreito, primeira parada de seu giro pelo Maranhão e Pará.

Antes de deixar Brasília, o presidente foi informado que, num telegrama secreto revelado pelo site WikiLeaks, o ex-embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, teria avaliado que ele, Lula, concluirá oito anos de uma gestão marcada pela corrupção entre seus "mais próximos aliados".

Sobel ainda teria feito avaliações sobre a ineficiência do governo brasileiro em resolver o problema da falta de segurança nas cidades.

Na entrevista, Lula também reduziu a importância da informação de que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, segundo o site, disse ao embaixador Sobel que o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, odeia os Estados Unidos e dificulta a relação entre os dois países.

"Eu tenho certeza do comportamento do Jobim e tenho certeza do comportamento do Samuel", afirmou Lula. "Eles são amigos e um não falaria mal do outro." Em discurso, pouco antes da entrevista, o presidente reclamou de forma indireta da intromissão de "gringos" no Brasil. Ele fez esse comentário para dizer que, no seu governo, não houve intromissão de representantes estrangeiros, especialmente na área econômica.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP