Unasul criará cartilha contra golpes de Estado
Sanções imediatas incluem o fechamento de fronteiras e a suspensão de comércio.
Ana Flor.
Os chefes de Estado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) devem fechar hoje os detalhes da cláusula democrática que permitirá sanções contra países do bloco que sofrerem tentativa de golpes de Estado.
A reunião de hoje, com presidentes, pode terminar sem que o nome do novo secretário-geral do grupo seja definido. O presidente Lula chegou ontem à noite ao país, acompanhado do chanceler Celso Amorim e do assessor internacional, Marco Aurélio Garcia.
Ontem, chanceleres reunidos em Georgetown, na Guiana, concordaram sobre a inclusão do fechamento de fronteiras, a suspensão do comércio e do tráfego aéreo entre as sanções a países que violarem os preceitos democráticos do grupo.
Brasil e Argentina foram os principais incentivadores das sanções. Segundo diplomatas, um dos principais motivadores foi o caso de Honduras, que sofreu um golpe em 2009. Até hoje os dois países não reconheceram o novo governo do país.
Entre as divergências ainda existentes, estava a posição de alguns países para deixar claro que transgressões permitiriam as sanções.
Peru e Chile eram os principais defensores do detalhamento. Outros países defendem que haja uma avaliação caso a caso. Todos concordam que a ação do grupo deve ocorrer apenas quando o país em questão pedir a intervenção da Unasul.
Apesar de a minuta ser baseada em textos da OEA, do Mercosul e do Grupo Andino, a cláusula da Unasul deve permitir ações imediatas.
Até ontem, os representantes reunidos na Guiana não haviam debatido o nome do novo secretário-geral. O tema está na pauta de hoje dos presidentes, mas é considerado secundário em relação à criação do dispositivo de segurança.
A morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que ocupava a secretaria-geral, deixou um "vazio" na entidade, dizem negociadores.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP