Qantas: Susto a bordo do gigante
Problema em turbina obriga um A380, maior avião de passageiros do planeta, a voltar a aeroporto
“Havia chamas amarelas e pedaços que se desprendiam. Era possível ver fragmentos pretos entre a fumaça.” O relato da australiana Rosemary Hegardy, 60 anos, dá uma ideia do susto que levaram ontem as 459 pessoas a bordo de um colosso aéreo, um Airbus A380 – o maior avião de passageiros em operação no mundo.
Procedente de Londres, na Grã-Bretanha, a aeronave, de empresa aérea australiana Qantas, tinha feito escala em Cingapura e havia recém decolado da cidade-estado com destino a Sydney, na Austrália, com 433 passageiros e 26 tripulantes, quando um problema em uma de suas quatro turbinas obrigou o piloto a voltar ao aeroporto de Changi.
O A380 pode voar com apenas três turbinas, mas, por precaução, ele decidiu retornar e esvaziou os tanques de combustível antes de aterrissar. Foi o pior incidente já registrado até agora envolvendo o chamado superjumbo, com capacidade de 525 (na configuração de três classes) a 853 passageiros (com uma só classe). O modelo fez seu voo inaugural em 2005.
Qantas decidiu manter em terra sua frota de A380
Testemunhas ouvidas pela imprensa na Ilha de Batam (Indonésia), próxima a Cingapura, disseram ter ouvido uma explosão e visto destroços do motor espalhados pelo céu. Felizmente, ninguém ficou ferido.
Em terra, era possível ver que uma das turbinas da asa esquerda apresentava sinais claros de incêndio, e parte do revestimento havia desaparecido (foto ao lado). A parte superior da asa também parecia danificada. Passaram-se 90 minutos desde o momento da explosão até o pouso no aeroporto. Segundo uma passageira, porém, não chegou a haver pânico no avião.
Depois do incidente, a Qantas decidiu manter em terra sua frota de seis A380 até que as causas do problema sejam esclarecidas. A mesma medida foi tomada pela Singapore Airlines, com 11 aparelhos desse tipo.
Também ontem, a Agência Europeia de Segurança na Aviação (Easa) informou que está investigando o caso e já entrou em contato com a Airbus, fabricante do avião, e com o Rolls-Royce Group, responsável pelos motores. Caso se determine que há riscos para outras aeronaves do tipo, a Easa pode determinar às companhias que tomem medidas para sanar possíveis problemas.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE, via NOTIMP