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Presidente eleita deve trocar os comandos das três Forças






Chefe da Marinha, o almirante Júlio de Moura Neto espera continuar no cargo, mas presidente pode adotar novo critério para indicação.

Tânia Monteiro.

No governo da presidente Dilma Rousseff os atuais comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não deverão permanecer nos cargos. Em recentes reuniões de Alto Comando, o general Enzo Peri (do Exército) e o brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) defenderam a renovação dos quadros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu os comandantes pelo critério de antiguidade, mas Dilma pode adotar uma regra nova.

O almirante Júlio de Moura Neto (Marinha) alimenta a esperança de permanecer no comando da Força, mas os assessores de campanha de Dilma lembraram ao Estado a proximidade da presidente eleita, enquanto estava na Casa Civil, com o almirante Marcos Martins Torres. Apesar dessa proximidade, a pronta disponibilidade da Marinha para enfrentar o narcotráfico no Rio vai pesar em favor de Moura Neto na decisão final de Dilma.

O almirante Torres é hoje ministro do Superior Tribunal Militar (STM), um cargo do quadro suplementar da Armada, mas que é uma função da ativa - exigência para ocupar um posto de comando da Força. Torres foi o único a votar contra o acesso da imprensa ao processo judicial de Dilma, quando ela foi militante da guerrilha urbana (anos 60 e 70). O almirante foi derrotado pelo placar de 10 a 1.

Os outros nomes fortes na Armada são os dos almirantes Luiz Umberto de Mendonça, atual chefe do Estado Maior, e João Afonso Prado Maia, comandante de Operações Navais.

Aeronáutica. O comandante Saito, consultado sobre a sucessão na Força Aérea Brasileira (FAB), apontará o brigadeiro João Manoel Sandim de Rezende para o cargo - o brigadeiro, que assumirá o Estado Maior da Aeronáutica, é o mais antigo na hierarquia e é muito conceituado na Força.

Mas na Aeronáutica, a exemplo da Marinha, os contatos mantidos por Dilma com o brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, durante o período em que ele presidiu a Infraero, podem levá-lo ao cargo de comandante da Força. Nicácio foi nomeado recentemente para o STM. No Comando da Aeronáutica, há ainda outros nomes cotados, como o do brigadeiro Jorge Godinho, ex-secretário de Aviação Civil e que tem um bom trânsito político entre militares e no Planalto.

No Exército, o general Marius Teixeira Neto, atual chefe do Estado Maior do Exército, é o primeiro conforme o critério de antiguidade, seguido dos generais Antonio Gabriel Esper, José Elito Siqueira e Augusto Heleno Ribeiro Pereira.

Gabinete Militar. Nesta semana, a presidente eleita deve dar mais um passo em relação à definição dos nomes para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Mas a meta é ir além da procura de nomes e, se possível, transformar o GSI em um Gabinete Militar à moda antiga.

O assunto está em estudo dentro da ideia de reestruturar as assessorias diretas da Presidência e que funcionam no Planalto. Os três servidores do GSI designados para trabalhar na transição não foram chamados para repassar informações sobre o órgão.

A recriação da Casa Militar quer levar para fora do Planalto a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), hoje sob a alçada do general Jorge Félix, atual chefe do GSI.

Nos dois últimos anos de mandato, o presidente Lula chegou a pedir estudos para reestruturar a Inteligência do País, mas, de concreto, nada saiu do papel. A pretensão da Abin em ter constitucionalmente direito a fazer escutas judicialmente autorizadas tem tumultuado o debate.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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