Infraero quer reduzir vistoria em aeroporto
Infraero pede para mudar prazo de inspeção que garante não haver riscos de derrapagem na pista em pousos.
Anac não tomou decisão sobre o assunto e estatal não detalha a proposta; em Congonhas, vistoria é feita a cada sete dias
José Ernesto Credendio
A falta de atrito na pista foi apontada pela polícia como uma das possíveis causas do acidente com o avião da TAM que matou 199 pessoas em Congonhas, em 2007. A Infraero (estatal que administra os principais aeroportos do país) enviou o pedido à Anac na semana passada. Procurada, a estatal não comentou o assunto. A Anac começou a discutir o pedido ontem, mas ainda não tomou uma decisão.
A Infraero quer ser liberada de atender temporariamente os prazos de testes previstos na resolução feita pela Anac em 2009, com base em normas internacionais. A resolução diz que as pistas de um aeroporto com mais de 210 pousos diários, como Cumbica e Congonhas, passem pelos testes, que exigem o fechamento da pista a cada sete dias. Os prazos são escalonados de acordo com o número de pousos diários.
A Infraero enfrenta dificuldades para contratar empresas aptas a realizar a vistoria, como foi visto há duas semanas. Não houve empresas interessadas na licitação de R$ 661 mil para fazer os testes de atrito em sete aeroportos da Regional Centro-Oeste.
Segundo o brigadeiro Allemander Pereira Filho, ex-diretor da Anac e especialista em segurança de voo, é mais um sinal de que a estrutura, incluindo aí maquinário e pessoal especializado, vem se esgotando.
"Se há mais aeroportos cheios, terá que fazer mais mais controles. E o país não se preparou para isso", diz.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP
Foto: Mario Ortiz