AF 447: Air France acusa duas companhias pela queda do avião que ia para Paris

A Air France enviou memorando à Justiça francesa acusando indiretamente os fabricantes Airbus e Thales de responsabilidade no acidente com o Airbus- A330 que caiu no mar quando fazia o voo 447 (Rio-Paris), provocando a morte de 228 pessoas.
Segundo reportagens publicadas ontem, pela imprensa francesa, a companhia aérea teria alertado várias vezes os dois fabricantes sobre problemas nas sondas pitot, que medem a velocidade dos aviões em voo e vêm sendo apontadas como uma das possíveis causas do acidente.
No documento, que é detalhado pelo jornal "Libération’’, a companhia afirma que tanto a Airbus quanto a Thales, fabricante das sondas, teriam "ignorado os alertas’’ e dado "pouca importância aos incidentes’’.
Incidentes
De maio de 2008 a 31 de maio de 2009, data do acidente com Airbus, a Air France diz ter constatado em torno de dez incidentes envolvendo o congelamento das sondas pitot em seus modelos A330 e A340, o que induzir o piloto a erro e comprometer a estabilidade do aparelho.
Contatada pela Folha de S. Paulo, a companhia aérea confirmou ter enviado o memorando, mas afirmou que o objetivo era, simplesmente, "relatar à Justiça a sequência dos fatos e a reação da companhia’’.
A Airbus informou que não teve acesso ao documento da Air France e que não o comentaria. Também não quis confirmar nem desmentir os supostos alertas enviado pela companhia aérea. A Folha de S. Paulo não conseguiu localizar nenhum representante da Thales.
Novas buscas
O governo francês informou na quinta-feira, que vai realizar uma quarta busca da caixa-preta do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico. As famílias de algumas vítimas pediram que a França não desista da busca pela caixa-preta – e por respostas sobre o que teria feito com que o avião mergulhasse no mar durante uma grande tempestade em 1° de junho de 2009.
O ministro dos Transportes da França, Nathalie Kosciusko-Morizet, e o secretário executivo do ministério, Thierry Mariani, afirmaram que uma quarta busca entraria em curso em fevereiro de 2011. A declaração das autoridades diz que "os melhores equipamentos disponíveis atualmente" serão utilizados.
A busca inicial encontrou 50 corpos e centenas de pedaços do avião, incluindo sua cauda rasgada. Mas a última pesquisa – em um esforço que custou 13 milhões de euros – foi concluída em maio e não encontrou as gravações de voz e dados da caixa preta no local do acidente, onde o oceano tem 4 mil metros de profundidade. Esses itens são fundamentais para determinar porque o avião caiu.
Fonte: JORNAL DE BRASÍLIA, via NOTIMP
