Recife: Erro atrasa obra no aeroporto
Empresa responsável pela instalação de fingers encomenda material inadequado e empurra para janeiro a obra que era para maio passado
Por causa de 5 centímetros, uma obra de R$ 8,75 milhões para ampliar a capacidade de embarques e desembarques simultâneos no Aeroporto Internacional do Recife atrasou. A pequena diferença métrica é a medida do erro na encomenda de vidraças, pelo consórcio fluminense MPE Montagens e Hexagonal Construções, para uso nas novas quatro pontes de embarque do aeroporto e só mais um dos atrasos na construção, que deveria ter ficado pronta em maio passado. Agora, ela pode sair até janeiro que vem.
Desde sua concepção e abertura, em 2004, o aeroporto do Recife previa 11 pontes de embarque, que são os corredores por onde os passageiros andam até chegar aos aviões. Apenas sete funcionam, até hoje. Todos os fingers – partes móveis das pontes de embarque – foram comprados, mas os outros quatro ficaram guardados, sem uso.
Para instalar os demais fingers, era necessário construir os chamados conectores. A licitação para essa obra teve como vitoriosa, inicialmente, a JWA Construtora, mas, após uma briga judicial, a Justiça Federal determinou como vencedor o MPE/Hexagonal. Uma solenidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) marcou o início das obras em 21 de novembro de 2008. Mas logo a JWA recorreu e atrapalhou o cronograma original, com inauguração de duas pontes de embarque em julho de 2009 e do outro par em janeiro passado.
Superadas as discussões na Justiça, com a MPE e a Hexagonal mantidas à frente do negócio, o prazo oficial foi jogado para maio passado. Mas atrasos do consórcio nas obras e, agora, a encomenda errada dos vidros, arremessaram a inauguração das quatro pontes de embarque para janeiro do ano que vem.
“O que aconteceu? Temos uma equipe de fiscalização que constantemente acompanha as obras e ela constatou que os vidros para o fechamento dos conectores eram 5 centímetros a menos do que o previsto no contrato. Assim, não é só o aspecto legal, mas eles não trariam a segurança adequada”, comenta o superintendente regional do Nordeste da INFRAERO, Fernando Nicácio.
Para ele, mesmo a constatação tendo partido da fiscalização da INFRAERO, não teria havido má-fé do consórcio, que, apesar disso, já foi multado em outras ocasiões por atrasos. “Estamos tentando acabar a obra sem rescindir o contrato, porque, se tivermos que licitar novamente, vai demorar mais ainda”, continua Nicácio.
Os próximos investimentos previstos pela INFRAERO para o aeroporto do Recife somam R$ 45 milhões até 2014 e incluem a construção de uma nova torre de controle, recapeamento da pista de táxis, a ampliação em duas posições no pátio de aeronaves e o recapeamento de um terço da pista principal.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP
