Concursos: corrida já começou
Especialistas recomendam a candidatos manter ritmo dos estudos de olho em contratações já previstas em lei e áreas estratégicas.
As mais de 40 mil vagas anunciadas pela União para 2011 poderão ser ampliadas, segundo necessidades
Leila Souza Lima
O anúncio de 40.549 vagas previstas no projeto de lei do Orçamento-Geral da União para 2011 — consideradas minguadas por alguns — não abalou a confiança de especialistas do segmento de concursos em um 2011 promissor para quem quer ingressar no setor público. A necessidade de suprir áreas estratégicas nos próximos quatro anos, como Segurança Pública, aposentadorias programadas e substituição de terceirizados são fatores que, segundo os professores, podem garantir não só o total preenchimento dessas oportunidades, mas também levar a autorizações extraordinárias por pastas, de acordo com a disponibilidade orçamentária.
A maioria dos cargos será preenchida por seleção, e os recursos reservados a tal fim somam R$ 1,6 bilhão, mas poderão chegar a R$ 3 bilhões, em dados anualizados. Entre os órgãos que poderão criar o maior número de vagas, Aeronáutica, com 13.495, e Ministério Público da União (MPU), 10.482 — nos dois casos, seleções estão em andamento. Para a Educação, serão 6.832. A área ambiental recebeu atenção: o orçamento prevê 700 vagas de analista, dentro de projeto ainda a ser encaminhado ao Congresso Nacional.
Segundo o coordenador pedagógico da Academia do Concurso, Paulo Estrella, há sempre um deslocamento grande entre o que é autorizado e efetivamente concretizado: “Há muitas vagas do orçamento anterior a serem preenchidas. Além disso, todos os terceirizados terão que ser substituídos até 2012. A tendência é de continuidade. A máquina não pode ser engessada”.
Professor de Direito Constitucional, Carlos Eduardo Guerra afirma que Segurança Pública, tribunais e ministérios devem ser o principal foco de candidatos. “Segurança é importante também na esfera estadual, lembre-se. Muito provavelmente, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) serão levadas a outras regiões. Essa área é prioridade máxima, por conta de Copa do Mundo e Olimpíadas. E também há muita rotatividade”, ressalta.
Ele observa ainda que a Emenda 19, de 1998, elevou a idade da aposentadoria no serviço público. “Foi criado um pedágio, sob pena de perda de proventos. Essas pessoas estão completando os prazos agora, o que vai levar à abertura de vagas”, explica o especialista.
O QUE ESTUDAR
Quem começar a estudar desde já sai na frente. Nessa fase, antes da publicação dos editais oficiais, deve-se priorizar Língua Portuguesa e disciplinas relacionas ao Direito Administrativo, comuns a quase todas as seleções de órgãos públicos.
Mas o que estudar? Para essa resposta, cabe recorrer a editais antigos, prestando atenção aos conteúdos programáticos (que vêm descritos no corpo do edital ou em arquivos anexos a ele).
O edital diz como são as provas e a avaliação. Traz ainda disciplinas cobradas e o peso delas na nota final do candidato. As de maior peso, é claro, devem ser priorizadas pelos candidatos.
O conteúdo programático mostra o que cai em cada disciplina. Serve para descartar capítulos inteiros de livros e apostilas e só focar o estudo no que interessa.
Resta ainda pegar provas de concursos anteriores e tentar resolvê-las. Elas mostram quais conteúdos são priorizados nas seleções. Uns são mais cobrados que outros e devem receber maior atenção.
Na esfera estadual, serão abertas 5.869 vagas
Para quem quiser aumentar as chances de beliscar uma oportunidade de trabalho no setor público, o governo do Estado do Rio também vai oferecer, no ano que vem, 5.869 vagas em 11 órgãos. A maior parte será preenchida por meio de concurso público, e os demais cargos, a exemplo do anunciado pela União, serão destinados à nomeação de aprovados em seleções anteriores.
As contratações estão autorizadas pelo governador Sérgio Cabral e previstas no projeto de Lei Orçamentária Anual. A matéria deverá ser encaminhado à Assembleia Legislativa até o próximo dia 30. Segundo o secretário estadual de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, os primeiros concursos deverão ser realizados logo após as eleições de outubro.
“As seleções estão autorizadas e estamos encaminhando os processos para os órgãos”, explicou. Como a lei eleitoral impede a contratação de servidores até três meses após a posse do governador, os novos servidores somente serão nomeados no ano que vem.
Fonte: JORNAL O DIA, via NOTIMP