Projeto de aérea dos Correios, agora é dúvida
Raphael Bittencourt,
de Brasília
A compra direta de aeronaves pode ser a solução adotada, ainda este ano, pelos Correios para superar os problemas de logística enfrentados desde o início do ano. "Esta é uma alternativa possível", disse o novo presidente dos Correios, David José de Matos, ontem, após cerimônia de posse.
A compra de aeronaves é considerada uma alternativa de curto prazo pelo novo presidente dos Correios para reduzir os riscos de atrasos no serviço expresso de encomendas, o Sedex. Em fevereiro, os problemas de contrato com as empresas aéreas terceirizadas e a suspensão de rotas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) - por conta do uso aeronaves fora dos padrões - comprometeram a eficiência das entregas realizadas em todo o País.
Outra opção, ainda não descartada, é a criação de uma companhia aérea, para transporte de carga, em parceria com o setor privado. Tal medida está incluída no plano de reestruturação dos Correios formulado pela administração anterior. Este plano prevê uma série de mudanças, entre elas a transformação da companhia em uma sociedade anônima (S.A.) com capital fechado. Estas propostas dependeriam da provação da medida provisória (MP) que atualmente está sob avaliação da Presidência da República.
O ministro das Comunicações, José Artur Filardi, disse que não há tempo hábil para que a MP da reestruturação dos Correios seja aprovada e implementada ainda este ano. Segundo ele, esta responsabilidade caberá ao próximo governo. "Prefiro que a MP seja, inicialmente, discutida e apresentada aos funcionários, que não têm muita confiança nela por achar que pode ser uma privatização. Em hora nenhuma, isso foi cogitado", disse Filardi, ao sair da cerimônia de posse do novo presidente e dos diretores de Operação, Eduardo Artur Rodrigues Silva, e de Gestão de Pessoas, Nelson Luiz de Freitas.
Outras ações prioritárias a serem adotadas pela nova administração incluem realizar um concurso público para repor o quadro de funcionários e a tomada de decisão para pôr fim ao impasse sobre a licitação de franquias, que está sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP