HeliSolutions inicia venda de jatinho da Embraer em cotas
Virgínia Silveira
Depois de nove anos de atuação no mercado brasileiro, com o sistema de propriedade compartilhada de helicópteros, a HeliSolutions vai começar a trabalhar com jatos. O primeiro modelo a ser vendido pelo sistema de cotas, escolhido após uma consulta detalhada junto a potenciais clientes, é o Phenom 300, jato executivo de oito lugares, produzido pela Embraer.
O preço da aeronave, avaliada em US$ 8,5 milhões, segundo o presidente da HeliSolutions, Rogério Andrade, deve ser finalizada até o fim de outubro. No sistema de propriedade compartilhada de helicópteros, o cliente adquire entre 10% e 20% do valor total de uma aeronave, dependendo do modelo. Cada cota dá direito a uma média de 10 horas de voo por mês.
Para os aviões, a HeliSolutions estabeleceu um número máximo de três cotistas, pois o tempo de ocupação da aeronave por voo é bem superior ao do helicóptero , o que significa que ela está bem menos disponível.
"A decisão de migrar para o sistema de propriedade compartilhada em aeronaves foi uma consequência natural da experiência que adquirimos com o programa de gestão de aeronaves de asa fixa (aviões), onde acumulamos expertise em administração, manutenção e hangaragem", diz Andrade. Lançado há dois anos, o programa de gestão conta hoje com oito aeronaves, sendo seis jatos, número que representa um crescimento de 60% em relação à frota de 2009.
Única no Brasil a oferecer o sistema de propriedade compartilhada de helicópteros, a HeliSolutions está otimista com os resultados neste ano. "Em 2009, apesar de termos registrado vários pedidos de vendas de cotas, em função da crise econômica, tivemos 30% de crescimento na receita. Para 2010, a nossa expectativa é um resultado 50% melhor", diz.
Com frota de 19 helicópteros e 350 usuários, a HeliSolutions é considerada uma das maiores do mundo no segmento de propriedade compartilhada. A idade média de suas aeronaves é de dois anos e somente em 2010 a empresa deverá investir US$ 21 milhões na compra de novos equipamentos. Desse total, US$ 8,5 milhões correspondem à compra do jato executivo da Embraer e o restante inclui três helicópteros dos modelos Agusta, Colibri e Esquilo.
A possibilidade de utilizar aeronaves por um custo operacional até 80% menor tem sido o principal argumento da HeliSolutions para atrair um número cada vez maior de clientes para seu sistema de propriedade compartilhada de aeronaves. "Os valores de aquisição de um helicóptero nesse modelo podem variar de US$ 67 mil, no caso do modelo mais compacto, um Robinson R44 Raven, até US$ 1,5 milhão, se for um biturbina Agusta Power A109E. Os dois helicópteros custam no mercado entre US$ 669 mil e US$ 7,5 milhões respectivamente.
Para administrar um helicóptero como o Robinson, segundo a HeliSolutions, o cliente paga R$ 4.831 por mês na propriedade compartilhada. Numa aeronave de propriedade exclusiva, o custo é de R$ 24 mil mensais. O valor inclui piloto, hangar e seguro. Também tem uma taxa variável que é cobrada em relação ao custo das viagens e inclui o valor do combustível e as provisões de manutenção. No caso do Robinson, o valor da hora de voo é de R$ 688,82 e do Agusta essa taxa é de R$ 2.565,00.
O modelo de negócio adotado pela HeliSolutions é utilizado há mais de 20 anos nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. A NetJets, de Warren Buffet, é a maior do setor no mundo. Cerca de 90% dos clientes da HeliSolutions são empresas dos setores de agronegócio, redes varejistas, bancos, mineração, empreiteiras e siderurgia. Numa média global, 75% dos clientes utilizam os helicópteros para trabalho e 35% para lazer.
Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP