Finmeccanica: Em busca de uma cara
Nome por trás de marcas consagradas como os helicópteros Agusta, o conglomerado italiano Finmeccanica trabalha para ficar mais popular entre os brasileiros
Edson Franco
Brincadeiras, apertos de mão e sorrisos. Isso é o que ficou na superfície do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, em São Paulo, no final de junho. Por trás dos afagos, um grupo de italianos engravatados via cifrões onde muitos só enxergavam diplomacia.
Boa parte desses empresários pertencia a uma empresa só: a Finmeccanica. Nunca ouviu falar? Pois trate de armazenar esse nome na memória. Conglomerado com mais de 77 mil funcionários em vários países e faturamento anual de 18 bilhões de euros, a Finmeccanica tem uma estratégia pronta para que seu nome se torne popular entre os brasileiros.
Ela foi detalhada durante a feira de aviação de Farnborough, na Inglaterra, encerrada no dia 25. Para a nossa empresa crescer, é mandatório que tenhamos sucesso no seu país, afirmou à DINHEIRO Paolo Pozzessere, vice-presidente de marketing e vendas da Finmeccanica. E, para que isso aconteça, a empresa acredita que seu nome corporativo deva pairar sobre todos os seus produtos.
Ela tem para vender os helicópteros da AgustaWestland, tecnologia aeronáutica da Alenia, sistemas de controle aéreo da Selex, serviços de telecomunicação da Telezpasio, lançadores de mísseis da Oto Melara, turbinas para termoelétricas da Ansaldo Energia e trens da AnsaldoBreda. Apesar da carteira ampla, os italianos concentram seus esforços em três prováveis compradores brasileiros: os militares e os organizadores da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.
Dos primeiros, a Finmeccanica espera morder parte dos US$ 14 bilhões de gastos previstos para o ano que vem. Para os demais, a companhia trabalha para vender sistemas que melhorem a segurança no interior dos estádios e ginásios. O grupo possui tecnologias como programas que reconhecem comportamentos suspeitos e fazem identificação facial, por exemplo.Fonte: REVISTA ISTO É DINHEIRO, via NOTIMP