Empresa alemã nega culpa no caos da Gol
Lufhtansa diz que software vendido para empresa brasileira não causou sobrecarga
Mariana Barbosa
Empresa responsável pelo programa que gera a escala de pilotos da Gol, a Lufthansa Systems divulgou uma nota ontem dizendo não ter encontrado "nenhum sinal de problemas técnicos ou funcionais na solução de gestão de tripulações" da empresa.
Problemas no software NetLine/Crew foram apontados pela Gol como causa da sobrecarga da tripulação, que a levou a cancelar centenas de voos desde o último fim de semana. A situação, diz a empresa, já está normalizada.
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) afirma que aceitou a explicação da Gol e que não encontrou nenhum problema relativo à jornada e às condições de trabalho dos tripulantes da empresa.
Comandantes e pilotos podem trabalhar no máximo 85 horas a bordo por mês.
Para evitar que o problema se repita, a ANAC proibiu temporariamente a Gol de vender voos fretados.
Avaliação
A Lufthansa Systems diz que tem feito avaliações regulares no programa vendido para a Gol. A empresa afirma que "não encontrou nenhum sinal de mau funcionamento técnico ou funcional nos últimos dias ou semanas que possa ter levado a transtornos operacionais".
Tampouco a Gol reportou, "por meio dos canais de serviços de gestão e atendimento ao cliente", qualquer problema, diz a empresa.
Segundo a Lufthansa Systems, o sistema começou a ser utilizado pela Gol em junho e foi configurado "de acordo com as regras e exigências recebidas" da empresa brasileira.
Ontem, a Gol afirmou que os problemas dos últimos dias não dizem respeito a imperfeições no software da Lufthansa Systems, mas "à adaptação de novas funcionalidades da ferramenta à realidade da companhia".
A empresa diz ainda que o software foi adquirido para "otimizar os horários e tornar a escala mais adequada aos tripulantes". E que sua equipe já está fazendo as "correções necessárias na configuração do software".
Erro
Em relatório à imprensa sobre a normalização da situação da Gol, a ANAC divulgou números errados sobre o crescimento da tripulação da empresa.
Foram 70 pilotos, e não 170, contratados no mês de julho. Alertada pela Folha sobre o erro, a agência disse que havia obtido os números com a Gol por telefone.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP