Força Aérea Brasileira moderniza aeronaves modelo Bandeirante
No início do mês de agosto, a primeira aeronave C-95M da Força Aérea Brasileira (FAB) vai alçar voo e alcançar horizontes de natureza bastante significativa. Esses aviões modelo Bandeirante, um dos principais da Força, datam de 1973 e estão passando por um processo de modernização e terão sua história reescrita: foram modernizados com alta tecnologia e estão em contagem regressiva para, novamente, entrar em plena atividade. Ao todo, até 2013, 54 aeronaves Bandeirantes – das 95 que o Brasil possui nas versões C-95 A/B/C e P-95 A/B – terão o mesmo conceito de modernização. O projeto é coordenado no Rio de Janeiro, pelo Comando- Geral de Apoio (COMGAP), por intermédio de uma de suas unidades subordinadas, o Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMA-AF). Dois aviões, inicialmente, passarão por uma fase de testes, para, no mês de outubro e novembro,respectivamente, serem distribuídos para as Unidades Aéreas. Mas essas duas decolagens guardam significados que não podem ser lidos ao pé da letra: simbolizam a renovação tecnológica da FAB e acende a luz da economia no desenvolvimento de projetos de forte impacto para o Brasil. “Fizemos um estudo e chegamos à conclusão de que o custo da modernização é bem menor do que o da substituição”, garante o Major Paulo César Guerreiro Lima, coordenador do projeto. As aeronaves serão modernizadas em três fases. Na primeira, os instrumentos de navegação são ‘encorpados’ e ganham o reforço de um painel Glass Cockpit – aquele painel robusto que mostra a vida do avião –, totalmente convertido em tela LCD. Na segunda etapa, sistemas importantes, como de mecânica e hidráulica, são convertidos em outros mais confiáveis e avançados. A última fase completa o ciclo de revitalização e dá o toque final com pintura, forração interna e outras ações dessa mesma linha. Empresas nacionais do campo da aviação fazem as duas primeiras etapas, enquanto a própria FAB, através do PAMA-AF é responsável pela terceira. Depois de todo esse processo, as aeronaves estarão prontas para novamente servir ao seu propósito – que inclui patrulha marítima,assalto aeroterrestre, busca e resgate, transporte de pessoal e cargas e outros – por mais vinte anos. Do alto das muitas habilidades e sabedorias arregimentadas ao longo de anos de voo nos Bandeirantes, pilotos também ganham atenção nesse processo de modernidade. Vão fazer curso de readaptação às novas máquinas, imprimindo ainda mais qualidade aos trabalhos comandados pela FAB, já que estarão em contato com o que há de mais moderno em equipamentos de navegação e comunicação na aviação.
Nova configuração
De acordo com o Major Guerreiro, quatro aviões experimentam essa modernização e voltam aos céus ainda neste ano. “Essa é nossa expectativa. Projetamos trabalhar em mais sete aeronaves simultaneamente ”, planeja o Major. A devolução das aeronaves modernizadas será realizada em sistema de rodízio entre as unidades da FAB que possuem esse avião em sua frota.
Tripulações operacionais