Laboratório do IAE é reformado e recebe equipamento para análise de ligas de titânio
A Divisão de Materiais (AMR) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) concluiu as obras de recuperação da infraestrutura do Laboratório Químico de Caracterização de Materiais (LQCM), local onde há mais de 40 anos pesquisadores atuam na análise de metais. O LQCM executa análises químicas para a determinação da composição de ligas metálicas em apoio às atividades e aos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento do IAE, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS) e a Investigação de Acidentes Aeronáuticos, assim como a outras Instituições do Ministério da Defesa e a empresas do setor aeroespacial. Segundo o chefe do LQCM, Sergio Petroni, "o laboratório é pioneiro, na Divisão de Materiais, na implantação da norma ISO 17025, atestando a confiabilidade de seus resultados". A norma, publicada pela ABNT em setembro de 2005, estabelece os critérios para a padronização das atividades dos laboratórios de ensaio e calibração. "Na reforma do laboratório da AMR, uma série de inovações foram implementadas visando ao enfrentamento dos desafios impostos pelo desenvolvimento de novas tecnologias na área de materiais aeroespaciais", informa o chefe da AMR, doutor Carlos Alberto Alves Cairo . É o caso da aquisição de um equipamento analisador de teores de nitrogênio e oxigênio (LECO TC500), utilizado para avaliação de ligas de titânio, permitindo ao laboratório ampliar o escopo de suas análises. O equipamento, recém-adquirido por meio do Projeto de Pesquisa (Fapesp) denominado "Avaliação da influência dos teores de elementos intersticiais em ligas de titânio obtidas por metalurgia do pó", é o único disponível na região do Vale do Paraíba para a análise em ligas de titânio. O coordenador do projeto, Vinícius Henriques, esclarece que ele foi desenvolvido para apoio na obtenção de ligas de titânio por metalurgia do pó. Henriques explica que o equipamento permite realizar um controle preciso sobre os teores de oxigênio durante a obtenção de ligas especiais e de metais reativos. "Dependendo do teor desses elementos, pode haver prejuízo do desempenho mecânico e na aplicação dos materiais". A obra, encerrada no início de maio, foi financiada com recursos do Projeto Materiais Resistentes ao Impacto Balístico (MARIMBA), voltado ao desenvolvimento de novas tecnologias para proteção de estruturas e de pessoas contra impactos de projéteis de alta velocidade.
Os benefícios dessa nova infraestrutura se estendem, também, a outras áreas. Parte do laboratório foi adaptada para a síntese e a modificação de polímeros, visando a preparação de matrizes de compósitos e adesivos, com aplicação na obtenção de materiais para blindagens balísticas e compósitos aeronáuticos.
Carlos Alberto Cairo explica que a reforma do LQCM foi mais uma etapa concretizada do Plano de Recuperação da Infraestrutura para a Pesquisa na AMR. Iniciado na atual administração, o plano inclui reformas prediais e a modernização dos laboratórios por meio da aquisição de equipamentos de última geração e o treinamento dos servidores nas novas técnicas de análise e de caracterização de materiais.