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TAM entra no clube








Os bastidores do trabalho de quatro anos que levou a companhia aérea brasileira ao seleto grupo da Star Alliance

Eliane Sobral

Ao som de Fly me to the moon, de Frank Sinatra, o astronauta americano Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, desceu as escadas do Airbus 320, caminhou alguns passos e fincou a bandeira da TAM ao lado das de outras 26 companhias aéreas. Não poderia haver forma mais simbólica de marcar a entrada da empresa brasileira no Star Alliance, o programa de compartilhamento de voos e milhagem que reúne, agora, 27 companhias entre elas United/Continental, Lufthansa e TAP.


O casamento começou a se desenhar quatro anos atrás quando a rede internacional de companhias aéreas perdeu sua parceira brasileira. Com a falência da Varig, em junho de 2006, a Star Alliance ficou de fora do País, mas não perdeu tempo para arrumar outra noiva.

Apenas quatro meses depois da saída da Varig, Jaan Albrecht, CEO da Star Alliance, começou a flertar com os executivos da TAM. O primeiro encontro entre Albrecht e Marco Antonio Bologna, então presidente da aérea brasileira e hoje diretor-presidente da holding, aconteceu no escritório da TAP, em Paris, em outubro de 2006.

Fernando Pinto, CEO da TAP, além de anfitrião, fez as vezes de cupido entre as partes. Se para a Star Alliance interessava marcar presença em território brasileiro, para a TAM já estava na hora de alçar voos mais ambiciosos no cenário internacional. Tínhamos conseguido algumas rotas internacionais que eram da Varig, já operávamos na América Latina e nas principais capitais europeias, mas ainda estávamos muito longe de sermos uma empresa global como somos a partir de hoje, disse Paulo Castello Branco, vice-presidente comercial e de planejamento da TAM.

A entrada no seleto grupo da Star Alliance garante presença à TAM em 1.167 aeroportos de 181 países isto significa que onde a companhia aérea brasileira não chega, haverá uma empresa da rede que se encarregará de transportar os passageiros que comprarem seus bilhetes. Não temos voos diretos para Pequim, mas podemos vender o bilhete pois faremos o trecho até a Europa e a Air China completará o trajeto, exemplifica Castello Branco.

Para os clientes da companhia, as vantagens vão desde o acesso a quase mil salas VIPs espalhadas pelo mundo, até a possibilidade de trocar milhas e pontos em qualquer uma das 27 empresas da Star Alliance. Os trabalhos de bastidores foram intensos. Paulo Castello Branco compareceu a mais de 30 reuniões do board da Star Alliance sem contar os petit comités. Só a bordo de aviões, ele acredita ter passado mais de 500 horas. Das vezes que esteve em Frankfurt, onde fica a sede da Star Alliance, Castello Branco perdeu as contas.

Ele não revela os investimentos feitos pela companhia para cumprir os 72 requisitos exigidos pela aliança global, mas conta que a parte mais complexa, a adequação do sistema de tecnologia, consumiu um ano e oito meses de trabalho. Foi a migração para a plataforma Amadeus Altea solução especialmente desenvolvida para a indústria de aviação.

A transição começou na tarde do dia 14 de novembro de 2009, um sábado, e foi concluída na madrugada do domingo 15, sob o monitoramento de técnicos da TAM e da americana Amadeus. O software unifica toda a comunicação da companhia brasileira às demais empresas e aos aeroportos onde ela passa a operar por meio da aliança. Significa que os sistemas de reservas, vendas e check-in se comunicam em todo o mundo e que o passageiro que está indo para a Tailândia, pode despachar sua bagagem direto para Bangcoc, resume Castello Branco.

O trabalho ainda não está concluído, segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso. O grande desafio agora é convencer o governo brasileiro a abrir um espaço exclusivo para as companhias da aliança global no novo terminal que está sendo construído no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. São Paulo será o hub da aliança na América Latina, mas para isso precisamos adotar o sistema de teto único, que é ter as companhias da aliança operando no mesmo terminal, afirmou Barroso, explicando que a medida é fundamental para dar agilidade ao embarque e desembarque de passageiros. Sem a aglutinação das companhias no mesmo terminal de desembarque, o Brasil estaria fora dos padrões de operação da aliança.

Fonte: REVISTA ISTO É DINHEIRO, via NOTIMP


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