Red Bull Air Race: Prova tem preocupação constante com segurança
Fernanda Prates
Pequenos aviões fazendo arriscadas manobras a 370km/h, cerca de 350 pessoas correndo de um lado para o outro para montar e desmontar 150 toneladas de equipamentos e tudo isso a poucos metros da água e em frente a milhares de pessoas.
A fórmula do Red Bull Air Race, que ocorre amanhã e domingo, no Aterro do Flamengo, a partir das 10h, parece arriscada.
Contudo, graças às estritas medidas de segurança da organização, ninguém saiu seriamente ferido de nenhuma corrida desde sua criação, em 2003.
– Estamos sempre tentando melhorar, aprendemos um pouco mais a cada corrida. É sempre melhor ver o problema antes de ele se tornar um problema. Estamos fazendo tudo que podemos para fazer da corrida o mais segura possível – declarou Hannes Schwenter, diretor da segurança do Red Bull Air Race.
A segurança começa nos próprios aviões, construídos com a maior leveza possível para ajudar os pilotos a suportarem as forças de até 12G – 12 vezes superiores à força gravitacional.
Para isso, os pilotos também usam os chamados G-suits, macacões que podem aliviar as pressões em até 2G.
Além dos aviões, projetados desde os dutos de ar aos cintos de segurança de maneira a evitar acidentes, a organização investe em cursos e treinamentos para os pilotos e para as equipes serem capazes de resgates rápidos em casos de emergência. Ao todo, no Rio, serão seis embarcações, entre lanchas e jet skis, tripulados por 12 pessoas responsáveis por possíveis resgates.
Brasileiro salvo por treinamento Prova viva do sucesso da segurança é o piloto brasileiro Adilson Kindlemann, que sofreu o primeiro acidente grave da categoria desde sua criação, em 2003. Ao fazer uma curva durante um treinamento no circuito de Perth, na Austrália, Kindlemann perdeu o controle do avião e acabou caindo na água.
Apesar do susto, ele foi socorrido em menos de um minuto e saiu sem nenhum ferimento grave.
– No fim das contas, o acidente teve um lado bom, porque pôde mostrar o quão seguras são as aeronaves. Sem contar todo o esquema das equipes, que fizeram todo o trabalho de resgate em um minuto. Saí ileso de um acidente que poderia ter sido fatal – elogiou Kindlemann.
Antes do acidente, Adilson e os outros 14 pilotos participaram de uma série de treinamentos, no qual aprenderam a sair do avião em caso de colisão com a água.
Em uma piscina, eles aprenderam a não evitar entrar em choque no contato com a água gelada e sair do avião, mesmo de cabeça para baixo.
– Dois dias antes da queda, passamos por um treinamento quase igual ao acidente. Eu consegui lembrar tudo e colocar em prática, sem entrar em pânico.
Peguei o oxigênio, abri o canopy (porta de acesso ao cockpit), e, assim que saí, já tinha toda uma equipe me esperando. É um esquema de segurança que funciona 100%.Fonte: JORNAL DO BRASIL, via NOTIMP
Foto: 100yen