FAB negocia com outros países parceria estratégica
África do Sul, Portugal, Chile, Colômbia e Argentina são alguns dos países que estão mais próximos de fechar um acordo de parceria estratégica para o programa de desenvolvimento da aeronave KC-390, conta o gerente-executivo do projeto na Aeronáutica, coronel Adalberto Zavaroni. A conclusão dos acordos de parceria para o cargueiro, segundo o gerente, está prevista para daqui a um ano, em maio de 2011.
"A parceria com esses países não significa que o KC-390 será um projeto multinacional. Trata-se de um programa nacional, com requisitos técnicos e operacionais definidos pela FAB. Podemos aceitar algumas modificações sugeridas pelos parceiros, desde que não sejam radicais", afirmou o gerente-executivo. Zavaroni comenta que já existem várias intenções de compra para a aeronave, principalmente dos parceiros, que naturalmente já são potenciais compradores .
O processo de aquisição dos caças de combate F-X2, pela FAB, também deverá trazer encomendas importantes para o KC-390, conforme anunciou essa semana ao Valor, o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Segundo ele, um dos requisitos para que o contrato de compra dos caças seja concluído é que haja a encomenda simultânea de 12 cargueiros.
Como o projeto será desenvolvido pelo sistema de parcerias estratégicas, haverá o compartilhamento de custos e riscos, a criação de laços de longo prazo entre as indústrias, as forças armadas e os governos dos países envolvidos, além do estabelecimento de cotas de participação nas vendas dos aviões.
O preço da aeronave, segundo o coronel da Aeronáutica, deve ser mais barato que o C-130, que custa na faixa de US$ 80 milhões a US$ 90 milhões. "Além de um custo de aquisição mais baixo, temos como objetivo fazer com que o custo operacional do KC-390 também seja inferior ao do C-130", disse Zavaroni.
O programa de desenvolvimento e industrialização da aeronave deverá receber este ano, segundo a FAB, cerca de R$ 100 milhões. Para 2011 o desembolso previsto para o projeto é estimado em R$ 200 milhões. A maior parte dos recursos, R$ 600 milhões, será liberada em 2013. No ano passado o projeto recebeu um aporte de R$ 40 milhões para iniciar as atividades relacionadas aos requisitos técnicos e à configuração da aeronave.
Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP