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AF 447: Equipes mais perto de achar destroços








Órgão francês responsável pelas buscas ao Airbus que caiu com 228 pessoas no Oceano Atlântico informou ontem que espera poder localizar até amanhã os restos do avião. Área é rastreada por submarinos e navios.

PARIS – Parte importante do mistério sobre a queda do avião que fazia o voo 447 está perto de ser desvendada. O Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA) anunciou ontem, em Bourget, nas imediações de Paris, que espera poder localizar até amanhã destroços do Airbus A330 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio do ano passado quando seguia do Rio para a capital francesa, matando as 228 pessoas a bordo. Robôs-submarinos vasculham um quadrilátero de 200 quilômetros quadrados no qual o avião teria afundado, depois de ter iniciado uma rota de retorno ao Brasil instantes antes da queda.

O provável ponto do fundo do mar em que os restos do aparelho estariam foi anunciado pela Marinha da França na última quinta-feira, em Paris. Graças a um software inovador desenvolvido pela empresa de alta tecnologia Thales, sinais captados pelos sonares que realizaram a primeira fase das buscas pelas caixas-pretas, entre 10 de junho e 10 de julho de 2009, puderam ser decriptados.

Segundo o diretor do BEA, engenheiro Jean-Paul Troadec, os bips captados são “muito similares” aos emitidos por caixas-pretas. “O sinal foi localizado, mas com os meios de análise da época não tínhamos como identificar o sinal específico”, afirmou. “Estamos convencidos de que os sinais sonoros correspondem bem aos emitidos por balizas acústicas de um avião.”

A região situa-se ao sudoeste da área de buscas delimitada por especialistas europeus e americanos em dezembro de 2009 e é caracterizada por uma profundidade que varia entre 2.600 metros e 4.600 metros. “É um relevo muito difícil, acidentado, com algumas chapadas que são relativamente mais fáceis de serem vasculhadas”, esclareceu Troadec. O navio norueguês Seabed Work, que patrulha a nova área de buscas delimitada na semana passada, já percorreu dois terços da zona, informa o BEA. A área toda terá sido vasculhada hoje.

A exploração do quadrilátero no Atlântico tornou-se prioridade absoluta das equipes de busca e uma nova etapa de verificação não está descartada, caso a atual não seja bem-sucedida. “Nossa prioridade é explorar profundamente essa região. Não localizamos os destroços. Temos boas razões para acreditar que os destroços estão lá, mas ainda não temos a confirmação”, disse.

Além do uso de sonares, as equipes se valem de robôs-submarinos que fazem mergulhos em grandes profundidades para verificar as informações colhidas. Câmeras também são usadas, mas a visibilidade no fundo do mar é de apenas dez metros, o que dificulta os trabalhos. Em favor das buscas, conta o fato de que na região não há correntes marítimas, o que favorece a hipótese de que os destroços estejam reunidos no fundo do mar. “Não temos todos os resultados das buscas porque os submarinos ficam por 20 horas no fundo do mar. É somente quando eles sobem à superfície que recuperamos os dados colhidos”.

Conforme o diretor de investigações do BEA, Alain Brouillard, apenas 20% das informações coletadas nos últimos cinco dias puderam ser analisadas pelos especialistas. “Mas estamos otimistas. Os sinais sonoros são o fato mais importante desde a localização dos corpos e pedaços da aeronave”, frisou.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP

Foto: Pawel Kierzkowski



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