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A rota de colisão






Luiz Carlos Azedo

Com Norma Moura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estão em rota de colisão num assunto literalmente explosivo: a questão nuclear. Depois de assinar um acordo de desarmamento com a Rússia, Obama anunciará hoje uma espetacular redução do arsenal nuclear norte-americano para 1.500 ogivas, com o desmonte de velhas bases de mísseis na Alemanha, na Bélgica, em Luxemburgo, na Noruega e na Holanda, todos integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Será o aperitivo para a reunião de cúpula internacional sobre desarmamento atômico na próxima semana em Washington, da qual o Brasil participará.

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O Brasil tem a pré-disposição de não assinar o novo aditivo do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNAN), cujo objetivo é impedir o surgimento de novas potências nucleares, como o Irã. A posição brasileira é balizada pela nova Estratégia Nacional de Defesa, que tem no programa nuclear da Marinha do Brasil um dos seus pilares. A assinatura do TNAN pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nunca foi digerida por nossos militares. O novo aditivo seria uma ameaça ao pool de empresas nacionais e estrangeiras formado para desenvolver o nosso submarino nuclear.

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O rumo de colisão com os Estados Unidos é a posição do presidente Lula em relação ao Irã, cujo programa nuclear “para fins pacíficos” é encarado como um “direito à autodeterminação” pelo governo brasileiro. Essa posição foi isolada no Conselho de Segurança da ONU, pois até a França — o parceiro estratégico da nova política de defesa brasileira — diverge da complacência do Brasil com o Irã.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP




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