Preferência pelo francês
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem que entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana que vem, relatório técnico com a sugestão do modelo de caça a ser comprado para a Força aérea Brasileira (FAB). Ele não adiantou qual será a sua escolha, mas deixou claro que prefere a proposta da empresa francesa Dassault, fabricante do caça Rafale. O ministro disse que a transferência de tecnologia envolvida na aquisição das aeronaves militares é mais importante do que o preço ou qualquer característica individual dos caças. E, justamente nesse ponto, segundo Jobim, o modelo francês é acompanhado da oferta mais interessante: É o único que tem integral transferência de tecnologia, disse Jobim.
Além do Rafale, estão na disputa o Super Hornet F-18, da americana Boeing, e o Gripen NG, da empresa sueca Saab. O ministro encaminhará a Lula uma exposição de motivos, com argumentos técnicos e jurídicos para justificar a escolha do modelo de caça: Será uma posição fundamentada. Quem quiser discutir terá que vir armado. Ele pretende definir também parâmetros de negociação para serem observados por quem representar o governo brasileiro no momento da compra propriamente dita. A ideia é estabelecer limites para evitar retrocessos durante a negociação. Segundo Jobim, Lula vai submeter a exposição de motivos ao Conselho de Defesa Nacional, que dirá se concorda ou não. A palavra final será de Lula. Só então terá início a negociação de compra.
O ministro destacou que os três modelos foram aprovados tecnicamente pela FAB. Assim, segundo ele, a decisão final é política, já que envolve a análise dos benefícios da contrapartida tecnológica. É uma opção política, não é para as Forças Armadas. É para o governo, declarou Jobim, que lançou a seguinte questão: Interessa o preço X com capacitação nacional ou o preço X menos um, sem capacitação nacional?
Acordo Jobim acompanhará Lula em viagem a Washington (EUA), onde assinará um acordo militar com os Estados Unidos, na próxima segunda-feira. Segundo Jobim, o acordo é genérico e semelhante ao que o Brasil já mantém com a Argentina. O ministro disse que não está prevista a instalação de nenhuma base militar americana em território brasileiro.
Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP