MP vai apurar processo de seleção de caças para Aeronáutica
O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar a possibilidade de o governo brasileiro estar prestes a gastar mais do que o necessário para adquirir 36 novos aviões de combate para a Força Aérea Brasileira, prática que, se confirmada, fere o "princípio da economicidade".
Com base em uma representação feita por um cidadão identificado como Vinícius Vasconcelos, o MPF decidiu instaurar um inquérito civil público no último dia 30. Trecho da portaria assinada pelo procurador da República José Alfredo de Paula Silva indica que Vasconcelos questiona a suposta preferência brasileira pelos caças Rafale, da empresa francesa Dassault.
Ainda de acordo com a portaria, o MPF deve investigar se de fato o governo brasileiro teria escolhido os caças franceses, desprezando seus concorrentes, o Grippen NG, da sueca Saab, e o Super Hornet F-18, da norte-americana Boeing, oferecidos por preços abaixo da propostas francesa.
De acordo com a assessoria do Ministério Público, o procurador agora irá solicitar ao governo mais informações sobre o processo de escolha dos caças, além de, se necessário, ouvir os envolvidos para só então decidir se o governo está ou não agindo indevidamente.
Entre idas e vindas, o projeto para reequipar a FAB se arrasta desde 1998, com a expectativa de ser concluído ainda este mês, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando a empresa vencedora. Apesar de a Aeronáutica ter elaborado um extenso relatório comparando as três aeronaves em vários quesitos, Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, já declararam que a decisão final será "política e estratégica".
Jobim já destacou a importância "da decisão do presidente da República de ampliar a aliança estratégica com a França" e a desconfiança brasileira quanto a transferência de tecnologia pelos Estados Unidos.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Defesa não quis comentar o assunto.
Fonte: PORTAL TERRA, via NOTIMP