A caçada de Obama ao terrorismo nuclear
Análise: Gilles Lapouge - O Estado de S.Paulo
Revigorado pelo sucesso inicial de sua lei de reforma da saúde, o presidente americano, Barack Obama, busca alegremente sua grande temporada nuclear, tentando mobilizar o planeta contra o "terrorismo nuclear".
Em Paris, as iniciativas de Obama foram aplaudidas. Mas que não se tenha ilusões. Há nisso tudo muito jogo de cena e um efeito de comunicação. Os americanos fizeram da cúpula de Washington um sucesso antes mesmo de ela começar.
Os franceses já haviam lançado dúvidas sobre o acordo assinado na semana passada em Praga entre americanos e russos para substituir o velho Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start) por um novo. Os avanços do novo pacto, porém, foram medíocres.
A reunião de Washington é uma boa ideia. Mas o Irã e a Coreia do Norte estão ausentes. Ora, esses dois países figuram entre os principais interessados - ou, seria o caso dizer, os principais suspeitos.
Existem hoje no mundo, disseminados por 50 a 60 Estados, 1.600 toneladas de urânio enriquecido e 500 toneladas de plutônio. O que se pode fazer com isso? Cento e vinte mil bombas nucleares.
Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP